Avaliação da competência aquática percecionada versus real. Aplicação no contexto das escolas de natação do interior
DOI:
https://doi.org/10.6063/motricidade.23714Abstract
O afogamento é uma das principais causas de morte a nível mundial, sobretudo em população em idade pediátrica. Neste contexto, este estudo teve como objetivo, através da Escala Pictórica da Competência Aquática de Múrcia e Pérez, 2008, avaliar as perceções de competência aquática de 21 crianças frequentadoras de aulas de natação numa escola de natação de Vila Real. Foram incluídos os seus respetivos Encarregados de Educação/ Pais de forma a verificar se existem diferenças significativas entre a perceção das crianças e E.E comparativamente à realidade de maneira a prevenir o afogamento e enfatizar a supervisão. A recolha de dados foi dividida em três momentos: Avaliação da Competência Aquática Percecionada (ACAP) dos pais/encarregados de educação; ACAP dos alunos; e a Avaliação da Competência Aquática Real (ACAR). A versão da EPCAP utilizada neste estudo foi constituída por 10 itens que as crianças e pais/encarregados de educação puderam responder numa escala de respostas com três opções: A (melhor), B (médio) e C (pior) para a cada pergunta. Foi realizada uma análise exploratória dos dados com testes de normalidade de Shapiro-Wilk e teste de Levenne para análise da homogeneidade das variâncias. Para análise das diferenças entre as respostas entre os grupos foi executada uma Análise da Variância com um fator. Para análise das comparações múltiplas foi utilizado o teste de Post-hoc de Bonferroni. Foi considerado o valor de alfa de 0,10. Os resultados deste estudo mostraram que em 80% das questões (8 das 10 questões) colocadas às crianças, estas sobrevalorizaram as suas capacidades comparativamente à realidade. Relativamente ao E.E, em metade das questões (50%) (5 das 10 questões) também os pais mostraram ter uma perceção de sobrevalorização dos seus educandos. Em grande parte das questões as crianças percecionam erradamente as suas competências aquáticas comparativamente à realidade o que leva a entender que realmente correm um maior risco de experienciar um afogamento uma vez que se percecionam mais capazes e com mais destreza a nível das diversas habilidades aquáticas do que acontece na realidade. Em algumas questões os E.E/pais percecionaram que os seus filhos tinham uma maior capacidade aquática do que realmente aconteceu na realidade. Esta perceção excessiva pode levar a fragilidades no controlo e supervisão das crianças em ambientes propícios ao afogamento.
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