A importância de aprofundamento da relação entre fatores determinantes para o desempenho desportivo na natação
DOI:
https://doi.org/10.6063/motricidade.23694Resumo
Nos últimos anos, equipas de investigação têm dedicado especial atenção a tentar compreender de forma aprofundada quais os fatores determinantes para o desempenho em nadadores jovens e adultos (Costa et al., 2020). O objetivo do presente estudo foi analisar a relação entre variáveis de força dos membros inferiores e superiores e variáveis antropométricas, nem sempre consideradas na investigação em nadadores. 15 atletas foram envolvidos no estudo (8 rapazes e 7 raparigas entre os 14 e os 23 anos de idade, 1.68 ± 0.10 m de altura e 63.04 ± 10.05 kg de peso). Os dados foram recolhidos no final da época desportiva 2018-2019 numa das equipas portuguesas de natação com maior tradição de resultados desportivos, atualmente na 1.ª divisão nacional em ambos os géneros e com lugares de pódio coletivo no Campeonato Nacional de Clubes 2018-2019. Para as avaliações foram utilizadas uma balança de bioimpedância (Tanita BC 420S MA, Japan), fita métrica para recolha de dados antropométricos, sistema Ergojump System (Byomedic, SCP, Barcelona, Spain) para análise do salto em contramovimento (SCM) e realizou-se avaliação da força de preensão manual (FPM) com recurso a um dinamómetro digital (Camry 90 kg). Foi realizado o teste de Shapiro-Wilk para avaliação da normalidade, teste t para análise de diferenças e coeficientes de correlação de Pearson. Significância estatística foi definida p ≤ 0.05. Os dados foram analisados com recurso ao software SPSS 25.0. SCM (34.01 ± 9.24 m), FPM braço direito (33.23 ± 11.00 kg) assim como FPM braço esquerdo (25.08 ± 10.06 kg) apresentaram diversas correlações com variáveis antropométricas. Nomeadamente, SCM e tamanho da mão (TM) (17.97 ± 1.42 cm; r = 0.90, p < 0.01), tamanho do pé (TP) (24.61 ± 2.77 cm; r = 0.93, p < 0.01). Também a FPM braço direito apresentou correlações com TM e TP (respetivamente, r = 0.90 e r = 0.97, ambos p < 0.01) e FPM braço esquerdo com TM e TP (respetivamente, r = 0.90 e r = 0.96, ambos p < 0.01). A correlação entre SCM e FPM braço direito e esquerdo apresentou os mesmos valores (r = 0.92, p < 0.01) Altura e peso apresentaram correlações com todas as variáveis antropométricas e de força, sempre a nível 0.01. Interessantemente, os valores de FPM braço direito revelaram-se significativamente diferentes de FPM braço esquerdo (p < 0.01). Recentemente, Barbosa et al. (2019) indicaram que independentemente do programa de treino ou destreino dos jovens nadadores, eles tendem a melhorar os seus desempenhos devido a fatores como crescimento e maturação O presente estudo eleva a pertinência de incluir nos procedimentos de avaliação e controlo do treino as extremidades dos segmentos corporais (dimensão das mãos e pés), no sentido de um acompanhamento longitudinal dos dados antropométricos e procurando relações com desempenho desportivo na natação. Observámos também diferenças entre níveis de força nos membros superiores em função da lateralidade, aspeto que sugerimos seja considerado na avaliação de atletas para possível correção durante o processo de treino, que tendencialmente deverá ser individualizado. Estudos futuros no âmbito desta temática envolvendo variáveis como desempenho e análise biomecânica são sugeridos para aprofundar o conhecimento sobre fatores que determinam o desempenho desportivo na natação.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Os autores dos manuscritos submetidos para publicação deverão ceder, a título integral e permanente, os direitos de autor (copyright) à revista Motricidade e às Edições Sílabas Didáticas. A cedência de direitos de autor permite a publicação e divulgação do artigo em formato impresso ou eletrónico e entrará em vigor a partir da data de aceitação do manuscrito. Os autores concedem, ainda, os direitos para a revista Motricidade utilizar e explorar o respetivo artigo, nomeadamente para licenciar, ceder ou vender o seu conteúdo a bases de resumos/indexação ou outras entidades.
Nos termos da licença “Creative Commons”, os autores poderão reproduzir um número razoável de exemplares para uso pessoal ou profissional, mas sem fins comerciais. Nos termos da licença SHERPA/RoMEO, os autores poderão, ainda, disponibilizar/arquivar uma cópia digital final (versão postprint) do artigo no seu website ou no repositório científico da sua instituição.