Trombose venosa profunda em idade pediátrica – estudo retrospetivo de 10 anos

Autores

  • Ana Isabel Sequeira S. de Pediatria do Hospital de Santa Luzia, Unidade Local de Saúde do Alto Minho
  • Mariana Branco S. de Pediatria do Hospital de Santa Luzia, Unidade Local de Saúde do Alto Minho
  • Ariana Teles S. de Pediatria do Hospital de Santa Luzia, Unidade Local de Saúde do Alto Minho
  • Mariana Costa S. de Pediatria do Hospital de Santa Luzia, Unidade Local de Saúde do Alto Minho
  • Beatriz Sousa S. de Pediatria do Hospital de Santa Luzia, Unidade Local de Saúde do Alto Minho
  • Helena Ramalho S. de Pediatria do Hospital de Santa Luzia, Unidade Local de Saúde do Alto Minho

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v25.i3.10077

Palavras-chave:

trombose venosa, embolismo pulmonar, trombose venosa profunda, adolescente, contraceptivos orais, pediatria

Resumo

Introdução e Objetivos: A trombose venosa profunda (TVP) e o tromboembolismo pulmonar são os componentes do tromboembolismo venoso (TEV) que, embora infrequente, é uma entidade emergente na pediatria. Apresentamos uma casuística cujo objetivo é a avaliação dos aspetos mais relevantes da TVP em idade pediátrica e da sua abordagem terapêutica.

Metodologia: Revisão retrospetiva descritiva dos processos dos doentes internados na última década com o diagnóstico de TVP no Serviço de Pediatria da ULSAM.

Resultados: Identificaram-se seis doentes, cinco deles do sexo feminino. A mediana de idades foi 17 anos. O edema do membro afetado esteve sempre presente e o segmento venoso mais atingido foi o ileofemoral (2/6). Houve concomitância de pelo menos dois fatores de risco adquiridos em três doentes, sendo o mais frequente o contracetivo oral combinado. Foi excluída trombofilia hereditária em cinco doentes mas ainda aguardamos o resultado do estudo de um doente. O tempo médio de tratamento foi de 9,8 meses.

Discussão e Conclusão: A TVP na criança tem sido reconhecida como uma patologia rara, mas importante causa de morbilidade. A maior incidência de TVP foi documentada na adolescência com compromisso do membro inferior, tal como referido na literatura. Verificamos uma conjugação de fatores de risco que, provavelmente, se potenciaram entre si levando à ocorrência do TEV e colocamos a possibilidade do Pediatra se estar a deparar com uma nova realidade anteriormente excluída do atendimento pediátrico. O aumento na incidência desta patologia levanta a questão do acréscimo de risco trombótico nos adolescentes do sexo feminino devido à utilização de contracetivos orais combinados. Salientamos a importância de um consenso nacional no diagnóstico, tratamento e prevenção desta entidade em Pediatria.

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Publicado

2016-09-30

Como Citar

1.
Sequeira AI, Branco M, Teles A, Costa M, Sousa B, Ramalho H. Trombose venosa profunda em idade pediátrica – estudo retrospetivo de 10 anos. REVNEC [Internet]. 30 de Setembro de 2016 [citado 1 de Julho de 2024];25(3):147-53. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/10077

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