Alergia alimentar em idade pediátrica

Autores

  • Marta Santalha S. Pediatria, U. Guimarães, CH Alto Ave
  • Filipa Correia S. Pediatria, U. Guimarães, CH Alto Ave
  • Alberto Costa S. Pediatria, U. Guimarães, CH Alto Ave,
  • Liliana Macedo S. Pediatria, U. Guimarães, CH Alto Ave
  • Paula Alendouro U. Imunoalergologia, U. Guimarães, CH Alto Ave
  • Águeda Matos S. Pediatria, U. Guimarães, CH Alto Ave

DOI:

https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v22.i2.10752

Palavras-chave:

Criança, hipersensibilidade alimentar, testes cutâneos

Resumo

Introdução: A prevalência da alergia alimentar, em idade pediátrica, é cerca de 4-6%. Os principais alimentos responsabilizados por alergia são o leite e clara do ovo, sendo a clínica de alergia, geralmente transitória.

Objetivo e métodos: Caracterizar casos de alergia alimentar persistentes ou menos frequentes em idade pediátrica, seguidos na consulta de pediatria/doenças alérgicas num hospital nível II. O diagnóstico baseou-se na anamnese, testes cutâneos, doseamento de IgE sérica especifi ca e, na ausência de contra-indicações, prova de provocação oral. Num caso realizou-se ISAC® (immuno solid - phase allergen chip) e Imunoblotting para melhor esclarecimento diagnóstico. Foram excluídas as alergias à clara do ovo e às proteínas do leite de vaca com aquisição de tolerância ao longo da infância. Um caso de alergia às proteínas do leite de vaca foi incluído pela não aquisição de tolerância, tornando-o assim uma forma menos frequente.

Resultados: Selecionaram-se 12 casos, dos quais 75% (9) eram do sexo masculino. Registaram-se antecedentes familiares de alergias em 58,3% (7) e 83,3% (10) tinham concomitantemente outra manifestação de atopia. Constatamos sete casos de alergia ao kiwi e quatro casos de polissensibilização alimentar. As formas de apresentação clínica foram: urticária [66,7% (8)]; edema perioral [63,6% (7)]; angioedema [41,7% (6)] e dispneia [45,5% (5)]. Todos os testes cutâneos foram positivos. O mesmo não se verifi cou com os exames laboratoriais (um caso apresentou testes cutâneos e prova de provocação ao kiwi positiva, com IgE sérica específi ca, determinação pelo método ISAC e Imunoblotting negativos).

Conclusões: A maioria das crianças apresentou co-sensibilização com outros alergénios e outra manifestação concomitante de alergia, refletindo o passo primordial da alergia alimentar na marcha alérgica. O diagnóstico de alergia alimentar é de extrema importância, pela evicção que implica e potencial gravidade.

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Publicado

2017-01-31

Como Citar

1.
Santalha M, Correia F, Costa A, Macedo L, Alendouro P, Matos Águeda. Alergia alimentar em idade pediátrica. REVNEC [Internet]. 31 de Janeiro de 2017 [citado 10 de Julho de 2024];22(2):75-9. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/nascercrescer/article/view/10752

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