Paraganglioma retroperitoneal, uma causa rara de hipertensão arterial
DOI:
https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v28.i3.14159Palavras-chave:
catecolaminas, hipertensão arterial, paragangliomaResumo
Introdução: Os paragangliomas constituem tumores raros em idade pediátrica, que derivam do tecido simpático de localização extra suprarenal ou do tecido parassimpático. Alguns destes tumores segregam catecolaminas e são uma causa rara de hipertensão arterial.
Caso Clínico: Uma adolescente do sexo feminino, de 14 anos de idade e sem antecedentes pessoais de relevo, foi referenciada à consulta de Pediatria por episódios de cefaleia holocraniana associados a visão turva com seis meses de evolução. O exame físico e a ressonância magnética cerebral encontravam-se normais. Na consulta foi detetada hipertensão arterial estadio 1, confirmada através de monitorização ambulatória da pressão arterial. O estudo analítico, radiografia de tórax, eletrocardiograma e ecocardiograma não mostraram alterações. A ecografia renal revelou uma massa heterogénea em contiguidade com o seio renal esquerdo e a tomografia computorizada abdominal evidenciou uma lesão retroperitoneal na vertente medial do espaço perirrenal esquerdo. Perante suspeita de paraganglioma retroperitoneal, a doente foi encaminhada para o Instituto Português de Oncologia do Porto, onde realizou exérese cirúrgica da lesão, tendo o exame anatomopatológico confirmado o diagnóstico.
Discussão: Embora raros em idade pediátrica, os paragangliomas representam o tumor endócrino mais comum. Perante suspeita clínica de paraganglioma, o diagnóstico bioquímico e imagiológico é fundamental. Após o diagnóstico, é recomendada a realização de estudo genético para uma melhor abordagem e seguimento do doente. O tratamento consiste na exérese cirúrgica, sendo alcançada remissão completa em cerca de 90% dos casos.
Downloads
Referências
Gorostidi AM, Ranera AJ, Denis SEZ , et al. Feocromocitoma y paraganglioma en la infancia: a propósito de 2 casos. An Pediatr (Barc). 2015; 82 (1): e175-e180.
Santos RJ, Domingues R, Montalvão P, Magalhães M, Bugalho MJ. Paragangliomas, caracterização clínica e funcional de 40 casos. Revista Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo 2011.
Lender JWM, Duh QY, Eisenhofer G, et al. Pheochromocytoma and Paraganglioma: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline. J Clin Endocrinol Metab, June 2014, 99 (6): 1915-1942.
Oliveira MC, Silva G, Machado R, Lima O, Ramires R, Marcelo F. Paraganglioma retro-peritoneal: Um diagnóstico raro mas importante. Acta Urológica 2009, 26; 4: 47-53.
Edmonds S, Fein D, Gurtman A. Pheochromocytoma. Paediatrics in Review 2011; 32: 308-310. 6. Ferreira MA, Vilaverde J. A genética dos feocromocitomas e paragangliomas. Ver Port Endocrinol Diabetes Metab.2014; 9(1):29-35.
Oleaga A, Goñi F. Feocromocitoma: actualización diagnóstica y terapêutica. Endocrinol Nutr.2008; 55 (5):202-16.
Correia AJM. Abordagem da Criança e Adolescentes Hipertensos. Nascer e Crescer 2007; 16 (3): 158-167.
Lurbe E, et al. 2016 European Society ofHypertension guidelines for themanagement of high blood pressure in children and adolescents. Journal of Hypertension 2016; 34.
Brady TM. Hypertension. Paediatrics in Review 2012;33;541- 552
Pham TH, et al. Pheochromocytoma and Paraganglioma in Children: A Review of Medical and Surgical Management at Tertiary Car Center. Paediatrics 2006; 118: 1109-1117.
Megías MC, Puyol DR, Rodríguez LF, Martinez GL, Miguel PM. Feocromocitoma-paraganglioma: del diagnostic bioquímico al genético.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Copyright and access
This journal offers immediate free access to its content, following the principle that providing free scientific knowledge to the public provides greater global democratization of knowledge.
The works are licensed under a Creative Commons Attribution Non-commercial 4.0 International license.
Nascer e Crescer – Birth and Growth Medical Journal do not charge any submission or processing fee to the articles submitted.