Das missivas aos modos: Experimentação e prudência como ethos de pesquisa
DOI:
https://doi.org/10.21814/rpe.21065Palavras-chave:
Pesquisa Educacional, Experimentação, Prudência, Gilles Deleuze, Félix GuattariResumo
Almeja-se compreender a intricada relação entre as noções de experimentação e prudência no interior dos tomos integrantes da coleção Capitalismo & Esquizofrenia, escrita por Gilles Deleuze e Félix Guattari, bem como os modos como cada tomo operacionalizou suas empreitadas de pensamento à baila de alguns elementos metodológicos do trabalho conjunto desses autores. Essa discussão, passível de ser conduzida tanto por meio da análise das cartas trocadas entre Deleuze e Guattari aquando da elaboração de Capitalismo & Esquizofrenia, quanto da leitura das notas compiladas por Guattari nessa mesma época, pode contribuir sobremaneira para o trabalho de pesquisadores/as interessados/as em operar metodologicamente a partir do aporte teórico-conceitual deleuziano e/ou deleuzo-guattariano, mormente no campo educacional. Intenta-se, assim, contribuir com discussões metodológicas em educação com o interesse de, a partir da filosofia de Deleuze e Deleuze-Guattari, construir um ethos de pesquisa mais do que um método de pesquisa. Para tanto, apresenta-se um panorama das apropriações dessa ideia de experimentação pela pesquisa educacional brasileira contemporânea para, na sequência, aprofundar-se a discussão sobre a relação das noções de prudência e experimentação em Capitalismo & Esquizofrenia. Debruçamo-nos sobre o método de trabalho próprio de Deleuze e Guattari, com vistas a extrair problematizações metodológicas que poderão ser estratégicas aos pesquisadores, no que tange aos modos de enfrentamento de problemas, em educação.
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