Avaliar para aprender em ciências experimentais

Autores

  • Margarida Teixeira Sousa Instituto de Educação, Universidade de Lisboa | Portugal
  • Leonor Santos Instituto de Educação, Universidade de Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.21814/rpe.21275

Palavras-chave:

Avaliação formativa, Atividades práticas investigativas, Aprendizagem das ciências experimentais, Competências investigativas

Resumo

Este artigo reporta um estudo que tem por objetivo compreender como uma professora portuguesa do 3.º ciclo do ensino básico desenvolve práticas avaliativas em atividades investigativas de Ciências Naturais para orientar e apoiar a aprendizagem dos seus alunos. Optámos por uma abordagem metodológica interpretativa, com design de estudo de caso. A professora Eva é o caso deste estudo. Recorreu-se à entrevista, observação de aulas e pesquisa documental, para recolha de dados. A metodologia usada foi a de análise de conteúdo. Os resultados obtidos evidenciam que as práticas de avaliação formativa da professora Eva refletem a importância de o aluno aprender acerca da ciência e a pensar a ciência, numa abordagem Inquiry Based Science Education. Enquanto instrumentos ao serviço do ensino e da aprendizagem, estas práticas de avaliação formativa são de natureza formal e informal. Para obter evidências que melhorem o desenvolvimento de competências científicas, a professora Eva usa como estratégias o feedback oral e escrito, a explicitação dos objetivos de aprendizagem e de critérios de avaliação e o incentivo ao trabalho colaborativo por parte dos alunos. A estas estratégias junta-se a seleção criteriosa de tarefas de natureza investigativa de inquérito estruturado, guiado e aberto. As implicações para contextos de formação de professores mostram-se orientadas por um diálogo de práticas avaliativas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Bell, R., Smetana, L., & Binns, I. (2005). Simplifying inquiry instruction: Assessing the inquiry level of classroom activities. The Science Teacher, 72(7), 30-33. https://www.researchgate.net/publication/228665515

Black, P., & Wiliam, D. (2009). Developing the theory of formative assessment. Educational Assessment, Evaluation and Accountability, 21, 5-31. https://doi.org/10.1007/s11092-008-9068-5

Black, P., & Wiliam, D. (2018). Classroom assessment and pedagogy. Assessment in Education: Principles, Policy & Practice, 25(6), 551-575. http://doi.10.1080/0969594X.2018.1441807

Clough, M., & Clark, R. (1994). Cookbooks and constructivism: A better approach to laboratory activities. The Science Teacher, 61(2), 34-37. https://www.researchgate.net/publication/234586342

Cowie, B., & Bell, B. (1999). A model of formative assessment in science education. Assessment in Education: Principles, Policy & Practice, 6(1), 101-116. https://doi.org/10.1080/09695949993026

Fernandes, D. (2006). Para uma teoria da avaliação formativa. Revista Portuguesa de Educação, 19(2), 21-50. http://hdl.handle.net/10451/5495

Fernandes, D. (2007). A avaliação das aprendizagens no sistema educativo português. Educação e Pesquisa, 33(3), 581-600. https://doi.org/10.1590/S1517-97022007000300013

Ferreira, S., & Morais, A. (2017). Exigência conceptual do trabalho prático: Abordagem multidisciplinar de análise do discurso pedagógico na aula de ciências. Práxis Educativa, 12(1), 25-47. https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.12i1.0002

Flick, U. (2012). Introducción a la investigación cualitativa. Ediciones Morata.

Galvão, C., Faria, C., Gonçalves, C., & Baptista, M. (Orgs.). (2016). Atividades investigativas e avaliação das aprendizagens: O contributo do projeto internacional SAILS. Instituto de Educação – Universidade de Lisboa.

Grob, R., Holmeier, M., & Labudde, P. (2017). Formative assessment to support students’ competences in Inquiry-Based Science Education. Interdisciplinary Journal of Problem-Based Learning, 11(2), 1-7. https://doi.org/10.7771/1541-5015.1673

Hayward, L. (2015). Assessment is learning: The preposition vanishes. Assessment in Education: Principles, Policy and Practice, 22(1), 27-43. https://doi.org/10.1080/0969594X.2014.984656

Heritage, M. (2018). Assessment for learning as support for student self-regulation. Australian Educational Researcher, 45, 51-63. https://doi.org/10.1007/s13384-018-0261-3

Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. (2016). Carta ética para a investigação em educação e formação do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa (CEIEF). http://www.ie.ulisboa.pt/investigacao/comissao-de-etica

Leite, L. (2003). As actividades laboratoriais e a aprendizagem das ciências: Da observação quotidiana à explicação científica [Lição de síntese apresentada ao Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, Braga].

Lessard-Hébert, M., Goyette, G., & Boutin, G. (2010). Investigação qualitativa. Instituto Piaget.

Ministério da Educação e Ciência. (2013). Metas curriculares do ensino básico – Ciências Naturais. https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/ficheiros/eb_cn_metas_curriculares_5_6_7_8_ano_0.pdf

Morais, A. M., Neves, I. P., Ferreira, S., Afonso, M., & Silva, P. (2020). Conceptualização e coerência curricular em educação científica: Uma proposta de intervenção pedagógica. Investigações em Ensino das Ciências, 25(1), 99-119. http://dx.doi.org/10.22600/1518-8795.ienci2020v25n1p99

Pinto, J., & Santos, L. (2006). Modelos de avaliação das aprendizagens. Universidade Aberta.

Santos, L. (2011). Que critérios de qualidade para a avaliação formativa? In D. Fernandes (Org.), Avaliação em educação: Olhares sobre uma prática social incontornável (pp. 155-165). Editora Melo. https://www.researchgate.net/publication/314235559

Santos, L., & Pinto, J. (2018). Ensino de conteúdos escolares: A avaliação como fator estruturante. In F. Veiga (Coord.), O ensino como fator de envolvimento numa escola para todos (pp. 503-539). Climepsi Editores.

Stake, R. (1994). Case studies. In N. Denzin & Y. Lincoln (Eds.), Handbook of qualitative research (pp. 236-247). Sage Publications.

Tunstall, P., & Gipps, C. (1996). Teacher feedback to young children in formative assessment: A tipology. British Educational Research Journal, 22(4), 389-404. https://doi.org/10.1080/0141192960220402

Wiliam, D. (2010). An integrative summary of the research literature and implications for a new theory of formative assessment. In H. Andrade & G. Cizek (Eds.), Handbook of Formative Assessment (pp. 18-40). Routledge.

Downloads

Publicado

2022-12-30

Como Citar

Sousa, M. T., & Santos, L. (2022). Avaliar para aprender em ciências experimentais . Revista Portuguesa De Educação, 35(2), 190–210. https://doi.org/10.21814/rpe.21275

Edição

Secção

Artigos