Formação Continuada de Professores para uma Educação Básica Decolonial: Da Crítica à Autoformação Coletiva
DOI:
https://doi.org/10.21814/rpe.29238Palavras-chave:
Autoformação coletiva docente, Formação continuada de professores, Perspectiva decolonialResumo
Este estudo integra uma pesquisa realizada junto a um grupo de professores da Educação Básica de uma Rede Municipal de Ensino de Santa Catarina (Brasil), que se reúne de forma periódica e voluntária para a prática de autoformação coletiva. Este grupo despertou nossa curiosidade em investigar: quais aspectos da formação continuada de professores da Educação Básica, discutidos teoricamente, mobilizaram um grupo de docentes à autoformação voluntária coletiva para uma possível educação decolonial? O objetivo é identificar aspectos da formação continuada de professores da Educação Básica que, segundo a discussão teórica deste estudo, poderão proporcionar uma educação decolonial. A pesquisa é qualitativa e os dados foram gerados por meio de narrativas e analisados a partir do paradigma indiciário. Para fundamentar a discussão, Nóvoa centraliza o debate em torno da imprescindível mudança da escola e da docência, e Canário, Imbernón, Garcia, Roldão e Walsh fortalecem a discussão para uma formação outra. Os principais aspectos da formação continuada de professores que podem proporcionar uma educação decolonial envolvem discussões acerca: a) da compreensão da formação como um treinamento; b) da falta de autoria dos professores em sua formação; c) da falta de conexão entre o que é abordado na formação e o que se vive na prática; d) do fato de que as especificidades e contextos são desconsiderados no cenário formativo docente. Assim, a autoformação coletiva pode ser um caminho para a consolidação da identidade docente, a fim de que seja possível estabelecer uma formação autônoma e colaborativa.
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