Análise do pensamento histórico na prova do ENEM (1998 - 2023)
DOI:
https://doi.org/10.21814/rpe.39588Palavras-chave:
ENEM, Pensamento Histórico, Exames, Provas de Ingresso Universitário, BrasilResumo
O estudo trata da evolução do ensino de história, destacando a introdução de novas abordagens metodológicas focadas no “pensamento histórico” e na “consciência histórica”. No Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), criado em 1998, desempenha um papel central no acesso à educação superior e foi progressivamente reformulado para integrar temas interdisciplinares e avaliar habilidades cognitivas. O estudo analisou as questões históricas do ENEM de 1998 a 2023, com foco no desenvolvimento de habilidades do pensamento histórico. A pesquisa utilizou métodos quantitativos e qualitativos para analisar 434 questões históricas. Os resultados mostraram que a maioria das questões exige habilidades cognitivas básicas, com 94,4% das questões exigindo apenas leitura e memorização, enquanto apenas 5,4% exigem análise mais profunda. As questões abordam predominantemente temas de história política e social, com ênfase no século XX e questões contemporâneas, como democracia, direitos e escravidão. O uso de textos é dominante nas questões, enquanto gráficos e imagens são menos frequentes. Da mesma forma, o exame ENEM destaca-se por incluir questões socialmente relevantes e uma abordagem inclusiva. Após as análises, foi possível concluir que o ENEM tem evoluído, mas ainda prioriza conceitos históricos básicos e questões expositivas. O estudo apontou que o Brasil está mais avançado do que outros países na avaliação do pensamento histórico, mas ainda há espaço para melhorias, especialmente na análise das questões e no alinhamento com as práticas pedagógicas e facilitando o aprendizado e a avaliação do pensamento histórico no Brasil.
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