Perspectiva histórica e emocionalidade na formação de professores de História portugueses e espanhóis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21814/rpe.24676

Palavras-chave:

Empatia histórica, Ensino de história, Formação de professores, Mestrado de ensino do secundário, Trabalho infantil

Resumo

Este artigo apresenta os resultados de um estudo que visa avaliar a capacidade dos futuros professores de História do ensino secundário portugueses e espanhóis de adotar uma perspectiva histórica. Para tal, utiliza-se uma amostra de dois grupos comparáveis, composta por 52 alunos da Universidade de Valladolid (Espanha) e 42 alunos da Universidade do Minho (Portugal). O estudo é desenvolvido paralelamente nos dois grupos e utiliza como estratégia uma atividade de contrariedade sobre o trabalho infantil na mineração do século XIX, onde a emocionalidade está fortemente presente. Metodologicamente, esta pesquisa é abordada a partir do paradigma qualitativo, por meio da interpretação das narrativas dos informantes, e sistematizada a partir de quatro categorias progressivas, que vão desde a adoção de uma perspetiva condicionada pelo presente até uma compreensão histórica contextualizada pelas condições de vida do proletariado. Por último, exploram-se as diferentes perspetivas históricas, se as houver, em função da variável independente de género. Os resultados da investigação mostram que, nos dois grupos universitários, a maior parte dos estudantes do Mestrado agrupam-se nos níveis intermédios de empatia histórica e só um pequeno grupo de futuros professores de História procede a explicações plenamente contextualizadas. Em consequência, pode-se considerar que o fator emocional, quando viola o quadro de valores da sociedade atual, afasta a amostra dos padrões da época e não favorece uma compreensão complexa do contexto histórico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

María Teresa Carril-Merino, Profesora Asociada de la Universidad de Valladolid

María Teresa Carril-Merino es Profesora Asociada de la Universidad de Valladolid y docente del área de Didáctica de las Ciencias Sociales en la Facultad de Educación de Segovia. Es doctora en Didáctica de las Ciencias Sociales por la Universidad de Valladolid (2019) con Mención Internacional y Sobresaliente Cum Laude obtenido con el estudio “Empatía y perspectiva histórica. Un estudio con profesores de Educación Primaria en formación”. Ha publicado 12 artículos y capítulos de libros en relación con la Educación Histórica. Ha contribuido en congresos y simposios de carácter nacional e internacional (Latinoamerica y Europa) como asistente, comunicadora, moderadora de mesa y como parte del equipo organizador. Es miembro del Grupo de Investigación Reconocido “Educación Histórica y Patrimonial” de la Universidad de Valladolid (GIR EDUHIPA) y miembro de la Red 14 de Investigación en Didáctica de las Ciencias Sociales. Ha participado en diferentes Proyectos de Innoción Educativa y en  la actualidad participa en el PID “Estrategias docentes y cuantificación de las redes sociales en la docencia universitaria”.

Maria Glória Parra Santos Solé, Profesora Auxiliar da Universidade do Minho

Glória Solé é Professora Auxiliar da Universidade do Minho, no Instituto de Educação, docente do Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didáctica e Supervisão (DEILDS). Doutorada em Estudos da Criança pela Universidade do Minho com a tese: A História no 1.º Ciclo do Ensino Básico: a Concepção do Tempo e a Compreensão Histórica das crianças e os Contextos para o seu Desenvolvimento. Tem-se dedicado à investigação em Educação Histórica, ao nível da cognição histórica com crianças e jovens, Educação Patrimonial e recentemente sobre Manuais escolares.  Publicou mais de uma centena de artigos e capítulos de livros, e proferiu centenas de comunicações e dezenas de conferências em congressos nacionais e internacionais.  Coordenadora de vários ebooks relacionados com o ensino da História a Crianças, educação patrimonial e manuais escolares.  Investigadora do Centro de Investigação em Educação (CIEd) da Universidade do Minho, membro do grupo History Educational International Research Network (HEIRNET), de l’Association Internationale de Recherche en Didactique de l’Histoire et des Sciences Sociales – AIRDHSS e da Associação de Professores de História (APH). Participou em vários projetos de investigação internacionais, Children’s Identity and Citizenship in Europe (CICE), Ação Cost- The digital literacy and multimodal practices of young children (IS1410), "La evaluación de competencias y el desarrollo de habilidades cognitivas sobre historia", "Metodologia de ensino-aprendizagem e avaliação em temas sociais controversos das ciências humanas e sua contribuição para o desenvolvimento social", (2017-2020) e atualmente participa no projeto de investigação   “El pensamiento geográfico e histórico del alumnado de Educación Primaria en la Región de Murcia: propuesta metodológica innovadora para una educación de calidad". Integrou a equipa que realizou as Metas de aprendizagem de História publicadas online pelo Ministério de Educação (DGIC, 2010). Integra a equipa de avaliação da A3ES dos Mestrados em Ensino de História no 3.ç CEB e no ensino Secundário (Ministério de Educação). Ha publicado un total de 11 artículos y capítulos de libros.

Referências

Armas, J., Moreira, A. I., & Prego, S. (2017). As narrativas históricas dos estudantes. Unha ferramenta clave nas aulas de historia. Revista Galega de Educación, 69, 32-36.

Borrás, J. M. (2013). Una historia recuperada. Las aportaciones de la infancia al crecimiento económico y a la subsistencia familiar. In J. M. Borrás (Ed.), El trabajo infantil en España (1700-1950) (pp. 9-26). Icaria Editorial.

Carril-Merino, M. T., Sánchez-Agustí, M., & Muñoz-Labraña, C. (2020). Empatía histórica en futuros profesores de primaria: El trabajo infantil en el siglo XIX. Educação e Pesquisa, 46, 1-18. https://doi.org/10.1590/S1678-4634202046215492

Chapman, A. (2021). Introduction: Historical knowing and the ‘knowledge turn’. In A. Chapman (Ed.), Knowing in schools - Powerful knowledge (pp. 1-31). University College of London.

Chrysikou, E., & Thompson, J. (2015). Assessing cognitive and affective empathy through the interpersonal reactivity index: An argument against a two-factor model. Assessment, 23(6), 769-777. https://doi.org/10.1177/1073191115599055

Cohen, L., Manion, L., & Morrison, K. (2017). Research methods in education. Routledge.

Crespo, F. J., & Hernández-Franco, J. (2017). La construcción del modelo de paternidad en España (1870-1920). Relaciones: Estudios de Historia y Sociedad, 38(150), 215-246. http://www.revistarelaciones.com/index.php/relaciones/article/view/REHS15008

Creswell, J. (2014). Research design. Qualitative, quantitative, & mixed methods approaches. Sage.

De Corte, K., Buysse, A., Verhofdstadt, L., Roeyers, H., Ponnet, K., & Davis, M. (2007). Measuring empathic tendencies: Reliability and validity of the Dutch version of the Interpersonal Reactivity Index. Psychologica Belgica, 47(4), 235-260. http://doi.org/10.5334/pb-47-4-235

Díaz, B., Rodríguez, K., & Santa Cruz, H. (2015). Propiedades del Índice de Reactividad Interpersonal (IRI) en alumnos del ISTP "San Luis" de Trujillo. Revista "Jang", 2(1), 1-14. https://revistas.ucv.edu.pe/index.php/jang/article/view/1907

Domínguez, J. (2015). Pensamiento histórico y evaluación de competencias. Graó.

Endacott, J., & Brooks, S. (2013). An updated theoretical and practical model for promoting historical empathy. Social Studies Research and Practice, 8(1), 41-58. https://doi.org/10.1108/SSRP-01-2013-B0003

Esteves, A., & López-Torrijo, M. (2005). La integración educativa en Portugal. Un análisis de la enseñanza obligatoria. Revista Española de Educación Comparada, 11, 315-356. https://revistas.uned.es/index.php/REEC/article/view/7413

Ferreira, C. (2004). A empatia histórica da “censura no Estado Novo em Portugal”: Um estudo com alunos de 9.º ano de escolaridade [Dissertação de mestrado não publicada]. Universidade do Minho.

Flick, U. (2015). El diseño de investigación cualitativa. Ediciones Morata, S.L.

Foster, S. (1999). Using historical empathy to excite students about the study of History: Can you empathize with Neville Chamberlain?. Social Studies, 90(1), 18-24. https://doi.org/10.1080/00377999909602386

Foster, S. (2001). Historical empathy in theory and practice: Some final thoughts. In O. L. Davis, E. A. Yeager, & S. J. Foster (Eds.), Historical empathy and perspective taking in the social studies (pp. 167-181). Rowman & Littlefield.

Gómez, C., Ortuño, J., & Molina-Puche, S. (2014). Aprender a pensar históricamente. Retos para la historia en el siglo XXI. Tempo & Argumento, 6(11), 5-27. https://doi.org/10.5965/2175180306112014005

Gómez, C., Solé, G., Miralles, P. & Sánchez, R. (2020). Analysis of cognitive skills in History textbook (Spain-England-Portugal). Frontiers in Psychology, 11, 521115. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2020.521115

González, N., Henríquez, R., Pagès, J., & Santisteban, A. (2009). El aprendizaje de la empatía histórica en educación secundaria. Análisis y proyecciones de una investigación sobre la enseñanza y el aprendizaje del conflicto y la convivencia en la Edad Media. In R. M. Ávila, B. Borghi, & I. Mattozzi (Eds.), La educación de la ciudadanía y la formación del profesorado. Un proyecto educativo para "la estrategia de Lisboa" (pp. 283-290). Pàtron Editore.

Goulart, P. (2011). Essays on schooling and child labour in Portugal [Tese de doutoramento não publicada]. Universidade Erasmus de Roterdão.

Hawk, S., Keijsers, L., Branje, S., van der Graaff, J., de Wied, M., & Meeus, W. (2013). Examining the Interpersonal Reactivity Index (IRI) among early and late adolescents and their mothers. Journal of Personality Assessment, 95(1), 96-106. https://doi.org/10.1080/00223891.2012.696080

Jensen, J. (2008). Developing historical empathy through debate: An action research study. Social Studies Research and Practice, 3(1), 55-67. https://doi.org/10.1108/SSRP-01-2008-B0004

Kamas, L., & Preston, A. (2018). Can empathy explain gender differences in economic policy views in the United States? Feminist Economics, 25(1), 58-89. https://doi.org/10.1080/13545701.2018.1493215

Lee, P. (2014). Fused horizons? UK research into students’ second-order ideas in history: A perspective from London. In M. Köster, H. Thünemann, & M. ZülsdorfKirsting (Eds.), Researching History education: International perspective and disciplinary traditions (pp. 170-194). Wochenshau Verlag.

Lee, P., & Shemilt, D. (2011). The concept that dares not speak its name: Should empathy come out of the closet? Teaching History, 143, 39-49.

Lévesque, S. (2008). Thinking historically: Educating students for the twenty-first century. University of Toronto.

Lillo, S. (1904). Subterra. Imprenta Moderna.

Lopes, M. A. (2011). Nacer y sobrevivir: La peligrosa infancia en Portugal durante los siglos XVIII y XIX. In F. Núñez (Ed.), La infancia en España y Portugal: Siglos XVI-XIX (pp. 43-68). Ediciones Sílex.

Martínez, L. (2011). Los inicios de la legislación laboral española: La ley Benot. Revista Aequitas, 1, 25-70.

Mestre, V., Frías, M. D., & Samper, P. (2004). La medida de la empatía: Análisis del Interpersonal Reactivity Index. Psicothema, 16(2), 255-260. https://www.psicothema.com/pi?pii=1191

Moreira, A. I. & Armas, J. (2018). Representações de professores do ensino básico de Portugal sobre a História, o currículo e o ensino. In E. López, C. García, & M. Sánchez (Coord.), Buscando formas de enseñar: Investigar para innovar en didáctica de las ciencias sociales (pp. 575-584). Ediciones Universidad de Valladolid.

Navarro, J. (2004). Escuelas y castigos en niños y adolescentes. Anuario de Filosofía, Psicología y Sociología, 7, 67-94.

Pinto, H., & Molina-Puche, S. (2015). La educación patrimonial en los currículos de ciencias sociales en España y Portugal. Educatio Siglo XXI, 33(1), 103-128. https://doi.org/10.6018/j/222521

Portal, C. (1990). Empathy. Teaching History, 58, 36-38.

Rodrigues, A. (2017). A empatia histórica sobre o quotidiano cortesão medieval: Um estudo com alunos do 10.º ano do ensino secundário [Relatório de estágio de mestrado]. Universidade do Minho.

Rodríguez, R., & Solé, G. (2018). Los manuales escolares de Historia en España y Portugal. Reflexiones sobre su uso en educación primaria y secundaria. ARBOR, 194(788), a444. https://doi.org/10.3989/arbor.2018.788n2004

Rodríguez-Medina, J., Gómez-Carrasco, C., López-Facal, R., & Miralles-Martínez, P. (2020). Tendencias emergentes en la producción académica de educación histórica. Revista de Educación, 389, 211-242. https://doi.org/10.4438/1988-592X-RE-2020-389-460

Ruíz, C. (2013). La fábrica o la escuela. Trabajo infantil y educación protectora en la España de los siglos XIX y XX. Dickinson.

Rule, J. (1990). Clase obrera e industrialización. Historia social de la revolución industrial británica, 1750-1850. Editorial Crítica.

Sáiz, J. (2013). Empatía histórica, historia social e identidades: Pensar históricamente la conquista cristiana de la Valencia musulmana con estudiantes de 2.o ESO. Clío, 39, 1-20. http://clio.rediris.es/n39/articulos/historiasocial/saiz.pdf

Sáiz, J., & Barca, I. (2019). Narrativas nacionais de estudantes espanhóis e portugueses. Cadernos de Pesquisa, 49(172), 78-95. https://doi.org/10.1590/198053145414

Sallés, N., & Santacana, J. (2016). Los grupos de innovación educativa en la enseñanza de la Historia en España: Análisis póstumo de los resultados de la aplicación del método por descubrimiento y estado de la cuestión de los aprendizajes por descubrimiento. Educatio Siglo XXI, 34(2), 145-66. https://doi.org/10.6018/j/263851

Santisteban, A. (2010). La formación de competencias de pensamiento histórico. Clío & Asociados, 14, 34-56. https://www.clio.fahce.unlp.edu.ar/article/view/clion14a03

Sarasúa, C. (2006). Trabajo y trabajadores en la España del siglo XIX. In J. M. Matés & A. González (Eds.), Historia económica de España (pp. 1-24). Ariel.

Seixas, P., & Morton, T. (2013). The big six historical thinking concepts. Nelson.

Shemilt, D. (1984). Beauty and the philosopher: Empathy in History and classroom. In A. Dickinson, P. Lee, & P. Rogers (Eds.), Learning History (pp. 39-84). Heinemann Educational Books.

Silva, M. (2018). A empatia como estratégia para o ensino-aprendizagem em História. [Relatório de estágio de mestrado]. Universidade do Porto.

Silva Pinto, A. (1896). Noites de vigilia: Apontamentos pela vida fora. Empreza Litteraria Lisbonense.

Solé, G., Pacheco, E. & Soares, L. (2020). Formação de professores de Geografia e de História: Uma década de investigação-ação pós Bolonha. Revista Interuniversitaria de Formación del Profesorado, 34(3), 33-56. https://doi.org/10.47553/rifop.v34i3.81879

Teixeira, A. (2017). As práticas antissemitas ao longo do “regime nazi”: Um estudo sobre a empatia histórica de alunos do 9.º ano de escolaridade [Relatório de estágio de mestrado]. Universidade do Minho.

Trepat, C. A. (1995). Procedimientos en Historia. Un punto de vista didáctico. Graó.

Viñao, A. (2005). Tiempos familiares, tiempos escolares (trabajo infantil y asistencia escolar en España durante la segunda mitad del siglo XIX y el primer tercio del XX). História da Educação, 9(17), 33-50. https://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/29198

Wineburg, S. (2016). Why historical thinking is not about history. History News, 71(2), 13-16.

Publicado

2022-06-30

Como Citar

Carril-Merino, M. T. ., Santos Solé, M. G. P., & Sánchez-Agustí, M. (2022). Perspectiva histórica e emocionalidade na formação de professores de História portugueses e espanhóis. Revista Portuguesa De Educação, 35(1), 287–309. https://doi.org/10.21814/rpe.24676

Edição

Secção

Artigos