A produção científica sobre capacitismo na educação básica: Uma revisão integrativa de literatura
DOI :
https://doi.org/10.21814/rpe.27998Mots-clés :
Capacitismo, Anticapacitismo, Educação Básica, Inclusão EscolarRésumé
Esta pesquisa visa caracterizar o modo como o capacitismo é reproduzido na educação básica e identificar contribuições para a construção de práticas educativas anticapacitistas. Os dados foram obtidos por meio de um estudo de revisão integrativa que abrangeu artigos científicos e ensaios teóricos publicados em periódicos internacionais e nacionais entre 2009 e 2020. As bases de dados utilizadas para o levantamento das publicações foram: Social Sciences Citation Index (Web of Science), Elsevier (Scopus), Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Educational Resources Information Centre (ERIC). A análise foi realizada por meio de um protocolo estruturado pelo(s) autore(s), contendo características mais gerais dos artigos e da análise de conteúdo. As categorias emergentes a partir da coleta de dados foram: 1) reprodução do capacitismo na educação básica; 2) capacitismo como uma experiência interseccional; e 3) contribuições para práticas educativas anticapacitistas na educação básica. Concluiu-se que o capacitismo está presente nos planejamentos das atividades e nos currículos escolares e produz como efeito a manutenção de diversas barreiras que obstaculizam o acesso ao conhecimento e a participação de estudantes com deficiência na educação básica. Assim, a proposição e implementação de práticas educativas anticapacitistas é necessária e urgente para a garantia do direito à educação dessa população. Torna-se imprescindível que o capacitismo seja inserido como uma temática a ser discutida nas formações docentes bem como na composição da produção do conhecimento para maior disseminação do conceito na sociedade.
##plugins.generic.usageStats.downloads##
Références
Adjei, P. B. (2018). The (em)bodiment of blackness in a visceral anti-black racism and ableism context. Race Ethnicity and Education, 21(3), 275-287. https://doi.org/10.1080/13613324.2016.1248821
Akotirene, C. (2019). Interseccionalidade (1.ª Ed.). Pólen.
Aldakhil, A. (2019). Disablism in Saudi mainstream schools: disabled teachers’ experiences and perspectives. International Journal of Disability, Development and Education, 67(5), 536-546. https://doi.org/10.1080/1034912X.2019.1620923
Amsterdam, N. V., Knoppers, A., & Jongmans, M. (2015). ‘It's actually very normal that I'm different’. How physically disabled youth discursively construct and position their body/self. Sport, Education and Society, 20(2), 152-170. https://doi.org/10.1080/13573322.2012.749784
Ashby, C. (2010). The trouble with normal: the struggle for meaningful access for middle school students with developmental disability labels. Disability & Society, 25(3), 345-358. https://doi.org/10.1080/09687591003701249
Bacon, J. K., & Lalvani, P. (2019). Dominant narratives, subjugated knowledges, and the righting of the story of disability in K-12 curricula. Curriculum Inquiry, 49(4), 387-404. https://doi.org/10.1080/03626784.2019.1656990
Baglieri, S., Bejoian, L. M., Broderick, A. A., Connor, D. J., & Valle, J. (2011). [Re]claiming “Inclusive Education” toward cohesion in educational reform: Disability studies unravels the myth of the normal child. Teachers College Record, 113(10), 2122-2154. https://doi.org/10.1177/016146811111301
Banks, J. (2017). “These people are never going to stop labeling me”: educational experiences of African American male students labeled with learning disabilities. Equity & Excellence in Education, 50(1), 96-107. https://doi.org/10.1080/10665684.2016.1250235
Bardin, L. (2004). Análise de Conteúdo (3.ª ed) Edições 70.
Bialka, C. S., Havlik, S., Mancini, G., & Marano, H. (2019). “I guess I’ll have to bring it”: Examining the construction and outcomes of a social justice–oriented service-learning partnership. Journal of Transformative Education, 20(10), 1-21. https://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/1541344619843517
Böck, G. L. K., Gesser, M., & Nuernberg, A. H. (2018). Desenho universal para a aprendizagem: a produção científica no período de 2011 a 2016. Revista Brasileira de Educação Especial, 24(1), 143-160. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-65382418000100011
Botelho, L. L. R., Cunha, C. C. A., & Macedo, M. (2011). O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e Sociedade, 5(11), 121-136. http://www.spell.org.br/documentos/ver/10515/o-metodo-da-revisao-integrativa-nos-estudos-organizacionais/i/pt-br
Braun, J., Hollstein, O., & Meseth, W. (2020). Inclusive classroom interaction in lower secondary education. British Journal of Visual Impairment, 39(1), 64–75. https://doi.org/10.1177/0264619620975469
Broderick, A., & Lalvani, P. (2017). Dysconscious ableism: toward a liberatory praxis in teacher education. International Journal of Inclusive Education, 21(9), 894-905. http://dx.doi.org/10.1080/13603116.2017.1296034
Buka, A. M., & Molepo, J. M. (2016). A psycho-pedagogic approach for inclusive classes in disadvantaged rural primary schools in South Africa: advancing teaching practices. International Journal of Educational Sciences, 12(1), 38-44. http://dx.doi.org/10.1080/09751122.2016.11890410
Câmara dos Deputados (2008). Decreto-Lei nº 186/2008, de 09 de Julho. Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007. Diário Oficial da União – Seção 1 https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decleg/2008/decretolegislativo-186-9-julho-2008-577811-norma-pl.html
Camargo, F. P. de, & Carvalho, C. P. de (2019). O direito à educação de alunos com deficiência: a gestão da política de educação inclusiva em escolas municipais segundo os agentes implementadores. Revista Brasileira de Educação Especial, 25(4), 617-634. https://dx.doi.org/10.1590/s1413-65382519000400006
Campbell, F. K. (2009). Contours of Ableism – The production of disability and abledness (1.ª Ed.) Palgrave Macmillan. https://link.springer.com/book/10.1057/9780230245181
Cooper, H. M. (1984). The Interative research review: a systematic approach. SAGE Publications.
Corcoran, T., Claiborne, L., & Whitburn, B. (2019). Paradoxes in inclusive education: a necessary condition of relationality? International Journal of Inclusive Education, 23(10), 1003-1016. https://dx.doi.org/10.1080/13603116.2019.1625453
Crenshaw, K. (2002). Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas, 10(1), 171-189. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2002000100011
D’Souza, R. (2020). Exploring ableism in Indian schooling through the social model of disability. Disability & Society, 35(7), 1177-1182. https://dx.doi.org/10.1080/09687599.2019.1668635
Deckman, S. L., Fulmer, E. F., Kirby, K., Hoover, K., & Mackall, A. S. (2020). (Un)affirming assimilation: depictions of dis/ability in health textbooks. Journal for Multicultural Education, 14(3/4), 269-280. https://dx.doi.org/10.1108/JME-04-2020-0037 Ministério da Educação. (2009). Decreto-Lei nº 6.949/2009, de 25 de agosto. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/decreto6949_seesp.pdf
DeMatthews, D. (2020). Addressing racism and ableism in schools: A DisCrit leadership framework for principals. The Clearing House: A Journal of Educational Strategies, Issues and Ideas, 93(1), 27-34. https://dx.doi.org/10.1080/00098655.2019.1690419
Ellman, L. (2011). Opening eyes to the blind: A unit plan that confronts ableism in a standards-based general education classroom. The Clearing House: A Journal of Educational Strategies, Issues and Ideas, 85(1), 15-22. https://dx.doi.org/10.1080/00098655.2011.604362
Ferreira, W. B. (2009). Entendendo a discriminação contra estudantes com deficiência na escola. In O. Fávero, W. Ferreira, T. Ireland, & D. Barreiros (Orgs.). Tornar a Educação Inclusiva. (1.ª Ed., pp. 25-53). Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/educacao_inclusiva/educacao_inclusiva_unesco_2009.pdf
Gesser, M. (2020). Por uma educação anticapacitista: contribuições dos estudos sobre deficiência para a promoção de processos educativos inclusivos na escola. In L. C. Oltramari, M. Gesser, & L. R. C. Feitosa (Orgs.), Psicologia Escolar e Educacional: processos educacionais e debates contemporâneos (1.ª Ed., pp. 93- 113). Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), Universidade Federal de Santa Catarina. https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/217611/Psicologia%20Escolar%20Educacional%20PDFa.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Gesser, M., Block, P., & Mello, A. G. (2020). Estudos da Deficiência: interseccionalidade, anticapacitismo e emancipação social. In M. Gesser, G. L. K. Böck, & P. H. Lopes (Orgs.), Estudos da Deficiência: Anticapacitismo e Emancipação Social (1.ª Ed., pp. 17-35). Editora CRV. https://www.editoracrv.com.br/produtos/detalhes/35413-estudos-da-deficiencia-branticapacitismo-e-emancipacao-social
Giangreco, M. F. (2020). “How Can a Student with Severe Disabilities Be in a Fifth-Grade Class When He Can’t Do Fifth-Grade Level Work?” Misapplying the Least Restrictive Environment. Research and Practice for Persons with Severe Disabilities, 45(1) 23–27. https://dx.doi.org/10.1177/1540796919892733
Giese, M., & Ruin, S. (2018). Forgotten bodies – an examination of physical education from the perspective of ableism. Sport in Society, 21(1), 152-165. https://dx.doi.org/10.1080/17430437.2016.1225857
Gumpel, T. P., Koller, J., Weintraub, N., Werner, S., & Wiesenthal, V. (2020). The 3P model for creating sustainable educational reform: an epilogue to the special issue. Journal of Educational Administration, 58(5), 571-584. https://dx.doi.org/10.1108/JEA-03-2020-0074
Hale, C. (2015). Urban special education policy and the lived experience of stigma in a high school science classroom. Cultural Studies in Science Education, 10, 1071-1088. https://dx.doi.org/10.1007/s11422-013-9548-x
Hayden, H. E., & Prince, E. M. T. (2020). Disrupting ableism: Strengths-based representations of disability in children’s picture books. Journal of Early Childhood Literacy, 23(2) 236–261. https://dx.doi.org/10.1177/1468798420981751
Hernández-Saca, D., & Cannon, M.A. (2019). Interrogating disability epistemologies: towards collective dis/ability intersectional emotional, affective and spiritual autoethnographies for healing. International Journal of Qualitative Studies in Education, 32(3), 243–262. https://doi.org/10.1080/09518398.2019.1576944
Krueger-Henney, P. (2019). Through space into the flesh: mapping inscriptions of anti-black racist and ableist schooling on young people’s bodies. Curriculum Inquiry, 49(4), 426-441. https://dx.doi.org/10.1080/03626784.2019.1657770
La Porte, A. M. (2020). Inverse inclusion: an experiential model for preservice teacher education. Studies in Art Education, 61(1), 92-96. https://dx.doi.org/10.1080/00393541.2019.1699391
Lalvani, P., & Broderick, A. A. (2013). Institutionalized ableism and the misguided “disability awareness day”: transformative pedagogies for teacher education. Equity & Excellence in Education, 46(4), 468-483. https://dx.doi.org/ 10.1080/10665684.2013.83848
McRuer, R. (2021). Teoría Crip. Signos culturales de lo queer y de la discapacidad (1.ª Ed.). Kaótica Libros.
Mello, A. G., & De Mozzi, G. (2018). A favor da deficiência nos estudos interseccionais de matriz feminista. In H. C. Nardi, M. V. de F. Rosa, P. S. Machado & R. S. Silveira (Orgs.), Políticas públicas, relações de gênero, diversidade sexual e raça na perspectiva interseccional (1.ª Ed., pp. 17-30). Secco Editora. https://www.academia.edu/37815133/A_favor_da_defici%C3%AAncia_nos_estudos_interseccionais_de_matriz_feminista
Ministério da Educação (2008). Política Nacional de Educação na Perspectiva da Educação Inclusiva. Ministério da Educação. . http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf
Padillaa, A., & Tan, P. (2019). Toward inclusive mathematics education: a metatheoretical reflection about countering ableism in mathematics standards and curriculum. International Journal of Qualitative Studies in Education, 32(3), 299–322. https://doi.org/10.1080/09518398.2019.1576941
Penketh, C. (2016). Special educational needs and art and design education: plural perspectives on exclusion. Journal of Education Policy, 31(4), 432–442. http://dx.doi.org/10.1080/02680939.2015.1113570
Penketh, C. (2017). ‘Children see before they speak’: an exploration of ableism in art education. Disability & Society, 32(1), 110-127. https://doi.org/10.1080/09687599.2016.1270819
Pihl, J., Holm, G., Riitaoja, A. L., Kjaran, J. I., & Carlson, M. (2018). Nordic discourses on marginalisation through education. Education Inquiry, 9(1), 22-39. https://doi.org/10.1080/20004508.2018.1428032
Runswick-Cole, K. (2011). Time to end the bias towards inclusive education? British Journal of Special Education, 38(3), 112-119. https://doi.org/10.1111/j.1467-8578.2011.00514.x
Senado Federal. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Senado Federal. (2019). Estatuto da Pessoa com Deficiência. Edições Técnicas. https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/554329/estatuto_da_pessoa_com_deficiencia_3ed.pdf
Sibley, D. (1995). Geographies of exclusion: society and difference in the West (1.ª Ed.). Routledge.
Siuty, M. B. (2019). Inclusion gatekeepers: the social production of spatial identities in special education. International Journal of Qualitative Studies in Education, 32(8), 1032-1047. https://doi.org/10.1080/09518398.2019.1635283
Swenson, S. (2020). Here but not here. Research and Practice for Persons with Severe Disabilities, 45(1) 51–55. https://doi.org/10.1177/1540796919901269
Valle, J. W. & Connor, D. J. (2014). Ressignificando a deficiência: da abordagem social às práticas inclusivas na escola (F. de Siqueira Rodrigues, Trad., 1.ª Ed.). AMGH Editora.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Simone De Mamann Ferreira, Marivete Gesser, Geisa Letícia Kempfer Böck, Gabriel Carvalho Leandro 2023
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Partage dans les Mêmes Conditions 4.0 International.
1. Autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 CC-BY-SA que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
2. Autores e autoras têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: depositar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
3. Autores e autoras têm permissão e são estimulado/as a publicar e distribuir o seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição Compartilhamento pela mesma Licença Internacional 4.0
