Habilidades socioemocionais e inclusão: O caso da licencianda Tétis
DOI:
https://doi.org/10.21814/rpe.20827Palavras-chave:
Desenvolvimento de habilidades, Inclusão educacional, Pessoa com deficiência, Ensino superiorResumo
As Habilidades Socioemocionais (HSE) capacitam os discentes para torná-los autônomos e protagonistas de suas próprias aprendizagens. Quando direcionadas numa perspectiva inclusiva, dentro da educação superior, elas podem auxiliar os alunos com deficiência durante seu processo de inclusão e formação. Embora elas não devam significar diminuição das responsabilidades institucionais, se mostram potencialmente protetivas à inclusão quando tais instituições são omissas. Diante disso, nosso objetivo foi compreender as possíveis contribuições das HSE de uma licencianda do curso de Biologia com deficiência auditiva e visual durante seu processo de inclusão acadêmica. Para isso, optamos por uma abordagem qualitativa, através do método de estudo de caso, utilizando como instrumento de coleta a entrevista semiestruturada, com aplicação da análise textual discursiva para o tratamento dos dados. As entrevistas foram aplicadas à aluna, à mãe dela, à intérprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e a uma professora da graduação, que foi indicada pela discente. A análise mostrou, que durante a vida acadêmica, a licencianda tem tido aprendizado socioemocional principalmente nos campos da extroversão e da abertura a novas experiências, ampliando também habilidades ligadas à conscienciosidade, com especial influência positiva da intérprete e negativa de alguns colegas do curso. Consideramos que esta investigação ainda é inicial e destacamos a necessidade de que pesquisas futuras possam abordar tais temáticas, apresentando as suas relações de forma mais ampla.
Downloads
Referências
Abed, A. L. Z. (2016). O desenvolvimento das habilidades socioemocionais como caminho para a aprendizagem e o sucesso escolar de alunos da educação básica. Construção Psicopedagógica, 24(25), 8-27. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542016000100002
Batista, S. M., & França, R. M. (2007). Família de pessoas com deficiência: Desafios e superação. Revista de Divulgação Técnico-Científica do ICPG, 3(10), 117-121. https://pt.scribd.com/document/52505858/familia-de-pessoas-com-deficiencias-desafios-e-superacao
Borges, M. L., Martins, M. H., Lucio-Villegas, E., & Gonçalves, T. (2017). Desafios institucionais à inclusão de estudantes com Necessidades Educativas Especiais no ensino superior. Revista Portuguesa de Educação, 30(2), 7-31. https://doi.org/10.21814/rpe.10766
Capellini, V. L. M. F. (2004). Avaliação das possibilidades do ensino colaborativo no processo de inclusão escolar do aluno com deficiência mental [Tese de doutoramento, Universidade Federal de São Carlos]. Repositório Institucional UFSCar. https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/2921
Carvalho, A. M. P. D., & Gil-Pérez, D. (2011). Formação de professores de Ciências: Tendências e inovações. Cortez.
Castanho, D. M., & Freitas, S. N. (2006). Inclusão e prática docente no ensino superior. Revista Educação Especial, 27, 93-99. https://doi.org/10.5902/1984686X4350
Cohen, J. (2001). Social and emotional education: Core concepts and practices. In J. Cohen (Ed.), Caring classrooms/intelligent schools: The social emotional education of young children (pp. 3-29). Teachers College Press. https://www.wtc.ie/images/pdf/Emotional_Intelligence/eq15.pdf
Cooper, J. L., Masi, R., & Vick, J. (2009). Social-emotional development in early childhood: What every policymaker should know. National Center for Children in Poverty. https://doi.org/10.7916/D83B67VS
Cordeiro, E. P., Lima, A. F., Mota, A. P., & Arantes, M. M. (2016). Promoção de habilidades socioemocionais na educação de jovens e adultos. Revista Cocar, 10(19), 311-334. http://177.70.35.171/index.php/cocar/article/view/797
Corrêa, A. B. A. V. (2016). Educação inclusiva no ensino superior: Saberes e práticas dos professores do programa de pós-graduação em ensino de Ciências e Matemática na Universidade Federal de Sergipe [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Sergipe]. Repositório Institucional da Universidade Federal de Sergipe. https://ri.ufs.br/handle/riufs/5096
Cruz, C. L. P. (2016). Tessitura da inclusão na Universidade Federal de Sergipe: Múltiplos olhares [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Sergipe]. Repositório Institucional da Universidade Federal de Sergipe. http://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/4832
Del Prette, Z. A. P. (Org.). (2008). Psicologia escolar e educacional, saúde e qualidade de vida: Explorando fronteiras. Alínea Editora.
Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (1999). Psicologia das habilidades sociais: Terapia e educação. Vozes.
Fernandes, P. D. (2014). A inclusão dos alunos surdos e/ou deficientes auditivos nas disciplinas do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade Federal de Sergipe [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Sergipe]. Repositório Institucional da Universidade Federal de Sergipe. https://ri.ufs.br/jspui/handle/123456789/5209
Ferrari, M. A. L. D., & Sekkel, M. C. (2007). Educação inclusiva no ensino superior: Um novo desafio. Psicologia: Ciência e Profissão, 27(4), 636-647. https://doi.org/10.1590/S1414-98932007000400006
Glat, R. (1998). A integração social dos portadores de deficiência: Uma reflexão. Sette Letras.
Gondim, S. M. G., Morais, F. A., & Brantes, C. A. A. (2014). Competências socioemocionais: Fator-chave no desenvolvimento de competências para o trabalho. Psicologia Organizações e Trabalho, 14(4), 394-406. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpot/v14n4/v14n4a06.pdf
Krasilchik, M. (2008). Prática de ensino de biologia. EdUSP.
Marandino, M., Selles, S. E., & Ferreira, M. S. (2009). Ensino de Biologia: Histórias e práticas em diferentes espaços educativos. Cortez.
Marques, A. M., Tanaka, L. H., & Foz, A. Q. B. (2019). Avaliação de programas de intervenção para a aprendizagem socioemocional do professor: Uma revisão integrativa. Revista Portuguesa de Educação, 32(1), 35-51. https://doi.org/10.21814/rpe.15133
Mazzoni, A. A., Torres, E. F., Oliveira, R., & Alves, J. B. M. (2000). Propostas para alcançar a acessibilidade para os portadores de deficiência na biblioteca universitária da UFSC. Revista ACB, 5(5), 120-130. https://www.revista.acbsc.org.br/racb/article/view/352
Minayo, M. C. D. S., & Sanches, O. (1993). Quantitativo-qualitativo: Oposição ou complementaridade? Cadernos de Saúde Pública, 9(3), 237-248. https://doi.org/10.1590/S0102-311X1993000300002
Ministério da Educação do Brasil. (2013). Documento orientador do Programa Incluir: Acessibilidade na educação superior. SECADI/SESu. http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=12737-documento-orientador-programa-incluir-pdf&category_slug=marco-2013-pdf&Itemid=30192
Ministério da Saúde do Brasil. (2008). Portaria n.º 3.128, de 24 de dezembro de 2008. Define que as redes estaduais de atenção à pessoa com deficiência visual sejam compostas por ações na atenção básica e serviços de reabilitação visual. https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3337
Monteiro, S. B. (2002). Epistemologia da prática: O professor reflexivo e a pesquisa colaborativa. In S. G. Pimenta & E. Ghedin (Orgs.), Professor reflexivo no Brasil: Gênese e crítica de um conceito (pp. 111-128). Cortez.
Moraes, R., & Galiazzi, M. C. (2006). Análise textual discursiva: Processo reconstrutivo de múltiplas faces. Ciência & Educação, 12(1), 117-128. https://doi.org/10.1590/S1516-73132006000100009
Nóvoa, A. (1992). Formação de professores e profissão docente. Dom Quixote.
Nuernberg, A. H. (2008). O processo de criação do Programa de Promoção de Acessibilidade da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Ponto de Vista, 10, 97-106. https://periodicos.ufsc.br/index.php/pontodevista/article/view/20449/18674
Organização Mundial da Saúde. (2014). Prevention of blindness and deafness. https://www.emro.who.int/entity/blindness/index.html
Pacheco, K. M. B., & Ciampa, A. C. (2006). O processo de metamorfose na identidade da pessoa com amputação. Acta Fisiátrica, 13(3), 163-167. https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v13i3a102746
Palma, M. T. M. M. (2012). A prossecução dos estudos: O papel da personalidade na tomada de decisão [Tese de doutoramento, Instituto Universitário Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida]. Repositório do ISPA - Instituto Universitário. http://hdl.handle.net/10400.12/2587
Paranhos, M. C. R. (2017). Relações entre habilidades socioemocionais e inovação para alguns licenciados em Ciências Biológicas [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Sergipe]. Repositório Institucional da Universidade Federal de Sergipe. http://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/5091
Poker, R. B., Valentim, F. O. D., & Garla, I. A. (2018). Inclusão no ensino superior: A percepção de docentes de uma instituição pública do interior do estado de São Paulo. Psicologia Escolar e Educacional, 22(spe), 127-134. http://dx.doi.org/10.1590/2175-3539/2018/010
Pouzadoux, C., Mansot, F., & Brandão, E. (2001). Contos e lendas da mitologia grega. Companhia das Letras.
Pozo, J. I., & Crespo, M. A. G. (2009). A aprendizagem e o ensino de Ciências: Do conhecimento cotidiano ao conhecimento científico. Artmed.
Regiani, A. M., & Mól, G. D. S. (2013). Inclusão de uma aluna cega em um curso de licenciatura em Química. Ciência & Educação, 19(1), 123-134. https://doi.org/10.1590/S1516-73132013000100009
Rodrigues, P. A. A. (2018). A formação de professores de Ciências para uma prática pedagógica inclusiva. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 13(esp.2), 1449-1458. https://doi.org/10.21723/riaee.v13.nesp2.set2018.11654
Rosin-Pinola, A. R., Marturano, E. M., Elias, L. C. S., & Del Prette, Z. A. P. (2017). Ensinando habilidades sociais educativas para professores no contexto da inclusão escolar. Revista Educação Especial, 30(59), 737-750. https://doi.org/10.5902/1984686X28430
Sanches, I. R., & Silva, P. B. D. (2019). A inclusão de estudantes surdos no ensino superior brasileiro: O caso de um curso de Pedagogia. Revista Portuguesa de Educação, 32(1), 155-172. https://doi.org/10.21814/rpe.14955
Sant'Ana, I. M. (2005). Educação inclusiva: Concepções de professores e diretores. Psicologia em Estudo, 10(2), 227-234. https://doi.org/10.1590/S1413-73722005000200009
Santos, A. C. N. (2012). Acessibilidade da pessoa com deficiência física: O caso da Universidade Federal de Sergipe – Cidade Universitária Professor José Aloísio de Campos [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Sergipe]. Repositório Institucional da Universidade Federal de Sergipe. http://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/4741
Santos, D., & Primi, R. (2014). Desenvolvimento socioemocional e aprendizado escolar: Uma proposta de mensuração para apoiar políticas públicas. Instituto Ayrton Senna. https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/documentos/desenvolvimento-socioemocional-e-aprendizado-escolar.pdf
Sistema de Conselhos de Fonoaudiologia. (2017). Guia de orientações na avaliação audiológica básica. Conselho Federal de Fonoaudiologia. https://www.fonoaudiologia.org.br/wp-content/uploads/2019/09/Manual-de-Audiologia-1.pdf
Tardif, M. (2012). Saberes docentes e formação profissional. Editora Vozes Limitada.
UNESCO. (2019). Manual para garantir inclusão e equidade na educação. https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000370508
Vargas, G. M. S. (2006). A inclusão no ensino superior: A experiência da disciplina Prática Pedagógica – Prática de Ensino de uma turma de alunos cegos e com baixa visão. Ponto de Vista, 8, 131-138. https://periodicos.ufsc.br/index.php/pontodevista/article/viewFile/1124/1459
Veiga, I. P. A. (2007). Lições de didática. Papirus Editora.
Ventura, M. M. (2007). O estudo de caso como modalidade de pesquisa. Revista SoCERJ, 20(5), 383-386. http://sociedades.cardiol.br/socerj/revista/2007_05/a2007_v20_n05_art10.pdf
Wilsek, M. A. G., & Tosin, J. A. P. (2009). Ensinar e aprender Ciências no ensino fundamental com atividades investigativas através da resolução de problemas. Portal da Educação do Estado do Paraná, 3(5),1686-1688. http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1686-8.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2022 Revista Portuguesa de Educação
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0.
1. Autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 CC-BY-SA que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
2. Autores e autoras têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: depositar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
3. Autores e autoras têm permissão e são estimulado/as a publicar e distribuir o seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição Compartilhamento pela mesma Licença Internacional 4.0