Uma certa perspectiva da palavra na cena contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.51427/cet.sdc.2017.0012Palavras-chave:
Teatro, Comunicação, Linguagem, Novarina, ArtaudResumo
Tomando como ponto de partida as reflexões de Antonin Artaud sobre a linguagem, tentarei tornar evidente a ruptura que ele propõe no que diz respeito à estrutura narrativa tradicional. Invertendo a velha concepção da arte como uma cópia do mundo, partiremos da hipótese de uma linguagem cuja força expressiva é tão forte que vai para além da simples descrição de factos ou ideias. Considerando a obra como uma criação autónoma que não envia para nada fora de si, procurarei compreender a palavra como um poder de estabelecimento, como um gesto artístico, como uma acção. No teatro contemporâneo, a linguagem exige que a compreendamos não como um instrumento de comunicação, mas como uma força de estabelecimento. Ao rejeitar o debate sobre as formas narrativas, este ensaio afirma que, para além do jogo entre forma e conteúdo, o teatro está exclusivamente preocupado com a realização de uma experiência entre o palco e o público. Esta questão será tematizada com base na minha encenação de textos de Koltès, Beckett e, em particular, na estrutura narrativa das obras de Valère Novarina, a fim de compreender, na dramaturgia contemporânea, até que ponto o tema é esvaziado, a fim de favorecer a emergência da própria linguagem como uma questão de construção e do homem e do mundo.
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