Genealogia do teatro de improviso em Portugal: as sementes lançadas pela «geração sem fronteiras» dos anos 90
DOI:
https://doi.org/10.51427/cet.sdc.2021.0012Palavras-chave:
Teatro de improviso, Improvisação, Corpo, Geração portuguesa sem fronteiras, Geração dos anos 90Resumo
Apesar da consolidação tardia do teatro de improvisação no país, a cena artística portuguesa viu surgir nas últimas duas décadas várias companhias de improvisação com abordagens diferentes - muitas delas adquirindo um reconhecimento significativo entre o público. No entanto, o mapeamento desta prática e a sua relação com o quadro histórico-cultural com o qual está necessariamente ligada nunca foi feito antes. Este artigo contribui para preencher esta lacuna, não só traçando a sua genealogia no contexto da história contemporânea das artes performativas em Portugal, mas também no contexto mais vasto do desenvolvimento sócio-cultural português desde a Revolução de 25 de Abril de 1974. Mais especificamente, a investigação em que este artigo se baseia permitiu-nos identificar uma correlação significativa entre o processo de renovação teatral iniciado pela geração dos anos 90 e os precursores deste género em Portugal. Neste contexto, destaca-se o papel da Companhia do Chapitô, que inspirou e forneceu as bases técnicas para muitos dos actores que mais tarde se dedicariam ao desenvolvimento do teatro improvisado. Na sequência da revisão genealógica deste género em Portugal, este artigo contribui também para a reflexão sobre a natureza do diálogo que se estabelece entre a prática do impro e o quadro cultural e político em que este se manifesta.
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