Where does the body go when the dance is over? An apology for goodbye.
DOI:
https://doi.org/10.51427/cet.sdc.2022.0017Palavras-chave:
presença, incorporação, experiência somática, conhecimento material, ética dos corposResumo
Embalado pela letra de uma música de Leo Middea, neste texto deixo-me levar pela evocação da minha experiência vivida e imaginária. O tom não é, exactamente, o usado na linha tradicional de um artigo científico. A escrita é o resultado da convocação das memórias íntimas do meu corpo posto em acção. Os conceitos e posicionamentos teóricos, que se vão desdobrando ao longo do texto, actuam como suportes de referência para um melhor aprofundamento dessa actividade perceptiva, mas não são o fim em si mesmos. O objectivo é abrir um olhar alternativo sobre o corpo quando colocado em relação com a vida quotidiana, e não intensificar a perspectiva analítica sobre o mundo.
Apoio-me, em particular, no meu envolvimento em Don’t be frightened of turning the page, um workshop conduzido por Alessandro Sciarronni, no qual fui levado a explorar a prática de girar o corpo sobre si. É a partir desta reminiscência somática que proponho a ideia de “saída” enquanto gesto de convergência com uma possível ética dos corpos. Uma ética baseada no apelo pela dimensão literal do corpo enquanto movimento de reactualização do sujeito, a partir do qual se podem recriar outras possibilidades de investimento político.
Na medida em que se desenrola em diálogo com as fenomenologias específicas de consciencialização cognitiva, o texto não deixa, no entanto, de adoptar uma perspectiva científica. Precisamente porque, ao situar-se no contexto das possibilidades de percepção a partir do corpo, faz reverberar um conjunto de questões filosóficas, antropológicas e culturais sobre o corpo-em-relação com o Outro, ao mesmo tempo que se inscreve no debate sobre a dinâmica (abiótica) da actual economia do conhecimento.
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