Condição Glitch – Da Falha Como Competência
DOI:
https://doi.org/10.51427/cet.sdc.2025.3.4.5Palavras-chave:
Desaparecimento, Glitch, Ontologia, Performance, Pós-representaçãoResumo
A crise epistemológica sugerida pela “incapacidade de as imagens representarem sujeitos e objetos” que Anthony Downey refere (2020), numa era aqui entendida como pós-representacional e pós-digital, parece perturbar três eixos subjacentes a uma metafísica de presença antropocêntrica e dualista, muito queridos no campo das artes: representação, subjetividade e visibilidade. Proponho uma revisitação dos pressupostos que enformam a Ontologia da performance, de Peggy Phelan, percorrendo o desaparecimento como ferramenta artística alternativa às formas de representação frequentemente visuais ou, no caso das artes performativas, também presenciais. Este desaparecimento reconhece a influência de teorias pós-humanistas e orientadas para o objeto (do cyberfeminism à OOO e OOF) e acolhe a noção de glitch como uma das respostas à irrepresentabilidade na construção de novas subjetividades assentes em sujeitos libertos do “mundo à sua imagem”. A metafísica glitch é a estratégia do desaparecimento tornada consciência de um humano pós-humanista, ontologicamente mais preparado para lidar com o mundo-além-de-si, onde coexiste com outros objetos.
As imagens não representarem nem sujeitos nem objetos não é sintoma de falha de competências, é sintoma da falha como competência.
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