Línguas (I)Legítimas ou “O que falar quer dizer”
Que Espaço(s) para a Colaboração Didática entre Ensino de Língua de Herança e Ensino Regular na Suíça?
DOI:
https://doi.org/10.25749/sis.27255Palavras-chave:
ensino de língua de herança, ensino regular, colaboração, repertório linguístico, abordagens pluraisResumo
Numa sociedade global e transnacional, a população escolar é crescentemente multicultural e multilingue. A Suíça, de natureza multilingue, possui uma forte comunidade migrante, pelo que muitas línguas de herança fazem parte do panorama educativo. Porém, esta alta diversidade linguística parece ainda não ter adquirido a visibilidade proporcional no sistema de ensino regular. Neste âmbito, o conceito de “língua legítima” (Bourdieu, 1982), ajuda-nos a compreender o fenómeno de uma vivência “ilegítima da língua”, como descrita no “período das crianças escondidas” (Frigerio, 2014).
Neste texto, discutiremos a presença e a promoção da diversidade linguística no sistema escolar suíço na atualidade. A análise dos resultados de dois projetos pedagógicos permitir-nos-á compreender em que áreas a colaboração entre o ensino regular e o ensino de língua de herança pode ser desenvolvida e qual a mais-valia deste trabalho de articulação didática, possibilitando traçar perspetivas de futuro para uma vivência ‘legítima’ de todas as línguas.
Downloads
Referências
Altrichter, H., Posch, P., & Spann, H. (2018). Lehrerinnen und Lehrer erforschen ihren Unterricht. 5. grundlegend überarbeitete Auflage. Heilbrunn: Klinkhardt.
Apóstol, T. (2020). Zuallererst würdelos. VPOD Bildungspolitik, 220, 30-31.
Bardin, L. (2000). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Bista BE (2008). Bildungs-und Kulturdirektion, Bildungsstatistik des Kantons Bern, Schulkinder in Biel/Bienne (28.08.2018). Disponível em SDL – Statistik der Lernenden (be.ch)
Bourdieu, P. (1982). Ce que parler veut dire. L’économie des échanges linguistiques. Paris: Fayard.
Camilleri Grima, A. (Coord.) (2007). Promoting linguistic diversity and whole school development. Strasbourg: ECML, Council of Europe Publishing.
Candelier, M. et al. (2012). FREPA – A framework of reference for pluralistic approaches to languages and cultures. Council of Europe: European Centre for Modern Languages.
CDIP Conférence suisse des directeurs cantonaux de l’instruction publique. (1991). Recommendations concernant des enfants de langue étrangère des 24./25 octobre 1991 (en confirmation des décisions des 2 novembre 1972, 14 novembre 1974, 14 mai 1976 et 24 octobre 1985). Disponível em: EDK CDIP CDPE CDEP - edudoc.ch
CDIP Conférence suisse des directeurs cantonaux de l’instruction publique. (2017). «Le système éducatif suisse». Retirado de: https://www.edk.ch/fr/systeme-educatif-ch/generalites
CDIP Conférence suisse des directeurs cantonaux de l’instruction publique. (2019). «Langues étrangères: langues enseignées, introduction». Retirado de: https://www.edk.ch/fr/systeme-educatif/organisation/enquete-aupres-des-cantons/langues-etrangeres-langues-enseignees-introduction
CDIP Conférence suisse des directeurs cantonaux de l’instruction publique. (2014). «Recommendations de la CIIP du 22 octobre 2014 relatives à la mise en oeuvre des conditions cadre pour l'enseignement des langues nationales et étrangères dans la scolarité obligatoire». Retirado de: http://www.ciip.ch/FileDownload/Get/191
CDIP Conférence suisse des directeurs cantonaux de l’instruction publique. (2011). «L'accord intercantonal du 14.06.2007 sur l'harmonisation de la scolarité obligatoire (concordat HarmoS) : commentaire, genèse et perspectives, instruments: Conférence suisse des directeurs cantonaux de l'instruction publique CDIP». Retirado de: https://edudoc.ch/record/96778
Conselho da Europa. (2001). Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas: Aprendizagem, ensino, avaliação. Lisboa: Edições Asa.
Council of Europe. (2010). Guide for the development and implementation of curricula for plurilingual and intercultural education. Executive Version. Retirado de: https://rm.coe.int/guide-for-the-development-and-implementation-of-curricula-for-plurilin/16805a0113
Council of Europe. (2016). Competences for democratic culture. Living together as equals in culturally diverse democratic societies. Retirado de: https://rm.coe.int/16806ccc07
De Pietro, J-F., Gerber, B., Leonforte, B., & Lichtenauer, K. (2015). Quelle place pour les approches plurielles dans les nouveaux plans d'études des trois régions linguistiques de la Suisse? Babylonia, 2, 59-65.
Ferreira, T. S., & Melo-Pfeifer, S. (2018). Política linguística e ensino de português para a Diáspora. In P. F. Pinto & S. Melo-Pfeifer (Coord.), Políticas Linguísticas em Português (pp. 240-258). Lisboa: Lidel.
Frigerio, M. (2014). Verbotene Kinder. Die Kinder der italienischen Saisoniers erzählen von Trennung und Illegalität. Zürich: Rotpunktverlag.
García, O., & Li, W. (2014). Translanguaging. Language, Bilingualism and Education. Basingstoke: Palgrave Macmilla.
Giudici, A., & Bühlmann, R. (2014). Unterricht in Heimatlicher Sprache und Kultur (HSK). Auswahl guter Praxis in der Schweiz. Bern: Schweizerische Konferenz der kantonalen Erziehungsdirektoren.
Gonçalves, M. L. (2002). Para uma aprendizagem significativa: a gestão personalizada do currículo ou a gestão do eu-afectivo. (Dissertação de Mestrado). Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal. Retirado de: http://hdl.handle.net/10773/21826
Gonçalves, M. L. (2011). Desenvolvimento profissional e educação em línguas: potencialidades e constrangimentos em contexto escolar. (Tese de Doutoramento). Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal. Retirado de: http://hdl.handle.net/10773/4330
Gonçalves, M. L. (2016). Mind the Gap! Langue d’héritage et approches plurielles. Enjeux Pédagogiques, 27, 27-30. Retirado de: https://www.hep-bejune.ch/Htdocs/Files/v/5914.pdf
Gonçalves, M. L. (2020). “Nasci na Suíça, mas sou do Porto”. ELH e a construção de identidades plurais. In C. Lira & J. Azevedo-Gomes (Orgs.), O POLH na Europa – Português como língua de herança (volume 2 – Suíça, pp. 63-79). Lisboa: Sagarana Editora.
Gonçalves, M. L. (2022) Ensinar Português Língua de Herança na Suíça in Pluricentrismo e heterogeneidade. In C. Döll, C. Hundt & D. Reimann (Eds.), O Ensino do Português como Língua de Herança, Língua de Contacto e Língua Estrangeira (pp. 107-128). Tübingen: Narr Francke Attempto.
Grin, F. (2006). Economic Considerations in Language Policy. In Th. Ricento (Ed.), An Introduction in Language Policy (pp. 77-94). Maiden/Oxford: Blackwell.
Hild, P., & Scherrer, R. (2020). Marginalisierung engagierter und kompetenter Lehrer*innen. VPOD Bildungspolitik, 219, 25-28. Retirado de: http://vpod-bildungspolitik.ch/?p=4088
Krompák, E. (2018). Promoting Multilingualism Through Heritage Language Courses: New Perspectives on the Transfer Effect. In R. Berthele & A. Lambelet (Eds.), Heritage and School Language Literacy Development in Migrant Children (pp. 141-160). Bristol: Multilingual Matters.
Lambelet, A., & Mauron, P.-Y. (2015). Ilot de plurilinguisme en classe d'histoire et de l'approche d'intercompréhension. Rapport du Centre Scientifique de Compétence sur le Plurilinguisme. Fribourg: HEP FR, Institut de plurilinguisme.
Maissen, T. (2019). Geschichte der Schweiz. (6.º Revisão e atualização). Baden: Hier und Jetzt Verlag.
Moreira, E. V. (2020). Práticas de diferenciação pedagógica com alunos de PLH. Lincool, Língua e Cultura, a revista eletrônica sobre PLH. 4, 75-106. Retirado de: http://www.lincool.org/lincool-no-4.html
OFS Office fédéral de la statistique. (2000). Geographical distribution of the languages of Switzerland. Neuchâtel: OFS.
OFS Office fédéral de la statistique. (2021). Pratiques linguistiques en Suisse. Premiers résultats de l’Enquête sur la langue, la religion et la culture 2019. Neuchâtel: OFS.
Oliveira, G. M. (2013). Política linguística e internacionalização: A Língua portuguesa no mundo globalizado do séc. XXI. Trabalhos de Linguística Aplicada, Campinas, 52(2), 409-433.
Perregaux, C., de Goumoëns, C., Jeannot, D., & de Pietro, J.-F. (2003). Éducation et ouverture aux langues à l'école (EOLE). Neuchâtel: Secrétariat général de la CIIP, 2 volumes. Retirado de: http://eole.irdp.ch/eole/index.html
Protti, T. (2014). Sprache der Gefühle, der Emotionen und des Affekts. Lingua dei sentimenti, delle emozioni, dell' affettività. VPOD Bildungspolitik 188/189, 25-28.
Schader, B. (Ed.) (2016). Grundlagen und Hintergründe. Materialien für den herkunftssprachlichen Unterricht. Zürich: Orell Füssli. Retirado de: https://myheritagelanguage.com
UNESCO. (2021). Reimagining our futures together – A new social contract for education. Paris: UNESCO Digital Library.
Valdés, G. (2001). Heritage languages students: Profiles and possibilities. In J. K. Peyton, D. A. Ranard & S. McGinnis (Eds.), Heritage languages in America: Preserving a national resource (pp. 37-77). Washington, DC: Center for Applied Linguistics/Delta Systems.
Vertovec, St. (2007). Super-diversity and its implications. Ethic and Racial Studies, 30(6), 1024–1054.
VSA Volksschulamt. (2013). Rahmenlehrplan für Heimatliche Sprache und Kultur. (Third Edition). Zürich: Bildungsdirektion des Kantons Zürich. Retirado de: https://www.zh.ch/de/bildung/informationen-fuer-schulen/informationen-volksschule/volksschule-schulinfo-unterrichtsergaenzende-angebote/schulinfo-foerderung-erstsprache-hsk.html
VSA Volksschulamt. (2016). Heimatliche Sprache und Kultur (HSK) in der Zürcher Volksschule: Zusammenfassender Bericht 2016. Zürich: Bildungsdirektion des Kantons Zürich. Retirado de: https://docplayer.org/48044091-Heimatliche-sprache-und-kultur-hsk-in-der-zuercher-volksschule-zusammenfassender-bericht-2016.html
VSA Volksschulamt. (2020). Leitfaden für Trägerschaften und Lehrpersonen von anerkannten Kursen in Heimatlicher Sprache und Kultur (HSK). Zürich: Bildungsdirektion des Kantons Zürich. Disponível em Schulinfo Förderung der Erstsprache (HSK) | Kanton Zürich (zh.ch)
Walser, R. (1985). Jakob von Gunten. Ein Tagebuch. Sämtliche Werke in Einzelausgaben. Bd. 11. Herausgegeben von Jochen Greven. Frankfurt a.M.: Suhrkamp.
Zingg, I. (2019a). Reflektierende Praxis einer forschenden Lehre. Babylonia, 2, 22-25.
Zingg, I. (2019b). Sprache – Macht – Schule. Dekoloniale Perspektiven auf die Mehrsprachigkeit. Tsantsa, Zeitschrift der Schweizerischen Ethnologischen Gesellschaft, 24, 58-66.
Zingg, I. (2020). Mehr Sprache(n) für alle und noch mehr Schriften – écritures – scritti – shkrime – pisma – ПИСМА – шрифты – ﺔﺑﺎﺗﻛﻟا. Bulletin suisse de linguistique appliqué VALS-ASLA, numéro spécial (Frühjahr 2020), 243-258.
Zingg, I., Minnig, M., & Mitrović, J. (2020). Mehr Sprache(n) für alle. Herkunftssprache übernimmt Brückenfunktion. DaZ Sekundarstufe, 2, 22-27.
Zingg, I., Ouahes, K., Jann Ait Bahmane, N., Koch, T., Gribaleva, L., Isufi, S., Hügli, F., Lanzoni, S., & Ricklin, L. (2020). IdeenSet Mehr Sprachen für alle. Bern: Medien Online PHBern. OER Commens. Retirado de: https://www.phbern.ch/dienstleistungen/unterrichtsmedien/ideenset-mehr-sprachen-fuer-alle
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2022 Sisyphus – Revista de Educação
Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
O Copyright (c) pertence à Sisyphus – Journal of Education. No entanto, encorajamos que os artigos publicados na revista sejam publicados noutros lugares, desde que seja solicitada a autorização da Sisyphus e os autores integrem a nossa citação de fonte original e um link para o nosso site.
Política de auto-arquivo
É permitido aos autores o auto-arquivo da versão final publicada dos seus artigos em repositórios institucionais, temáticos ou páginas web pessoais e institucionais.
Subscritor DORA
O Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, editor da Sisyphus, é um dos subscritores da Declaração de São Francisco sobre Avaliação da Investigação (DORA).