Educação e Tecnologias como Comprometimento

Proposições para Pensar o Estudo da Técnica em Âmbito Educacional

Autores

  • Braian Veloso Departamento de Gestão Educacional, Teorias e Práticas de Ensino (DPE), Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas, Educação e Letras (FAELCH), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Brasil https://orcid.org/0000-0002-9459-5740

DOI:

https://doi.org/10.25749/sis.29403

Palavras-chave:

educação, tecnologias, técnica, filosofia da técnica, comprometimento

Resumo

O objetivo deste ensaio teórico é analisar a relação entre educação e tecnologias e propor uma nova forma de apreensão à luz do assim chamado comprometimento enquanto categoria analítica. Para atingir aquilo que objetiva, o artigo resgata contribuições da filosofia da técnica, passando pelas vertentes instrumentalista, determinista e substantivista até chegar à perspectiva de uma teoria crítica. Por meio do estudo, propõe-se a noção de tecnologia como comprometimento, evidenciando que a ação tecnologicamente mediada dá-se num circuito de interações e trocas – tanto materiais quanto simbólicas. Ao desvelar esse compromisso que subjaz à própria presença da técnica em âmbito educacional, o ensaio propõe o conceito de assumir o compromisso como pressuposto para a construção de espaços democráticos de debate que possibilitem, aos sujeitos comprometidos, a tomada de decisões sobre alternativas sócio-técnicas que tragam outras molduras para a realidade histórico-social.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia Autor

Braian Veloso, Departamento de Gestão Educacional, Teorias e Práticas de Ensino (DPE), Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas, Educação e Letras (FAELCH), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Brasil

Professor no Departamento de Gestão Educacional, Teorias e Práticas de Ensino (DPE) da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Educação da mesma Universidade (PPGE-UFLA). Mestre e doutor em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (PPGE-UFSCar). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Inovação em Educação, Tecnologias e Linguagens (Grupo Horizonte-UFSCar). Recentemente, suas pesquisas versam sobre a intersecção entre educação e tecnologias e, ainda, sobre o trabalho na contemporaneidade.

Referências

Adorno, T., & Horkheimer, M. (1985). Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Jorge Zahar.

Benakouche, T. (1999). Tecnologia é sociedade: contra a noção de impacto tecnológico. Cadernos de Pesquisa do PPGSP, 1(17).

Benjamin, W. (1987). Teses sobre o conceito de história. In W. Benjamin, Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e história da cultura (pp. 222-232). Brasiliense.

Blumer, H., & Reis, C. M. (2018). Sociedade como interação simbólica. Plural, 25(2), 282-293. https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2018.153656

Brasil. (1996). Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

Brasil. (2018). Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. MEC. https://basenacionalcomum.mec.gov.br/

Candau, V. M. F. (2022). Didática hoje: entre o “normal”, o híbrido e a reinvenção. Perspectiva, 40(3), 1-14. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2022.e85552

Conte, E., & Martini, R. M. F. (2015). As tecnologias na educação: uma questão somente técnica? Educação & Realidade, 40(4), 1191-1207. https://doi.org/10.1590/2175-623646599

Feenberg, A. (2013a). Marcuse ou Habermas: duas críticas da tecnologia. In R. Neder (Org.), A teoria crítica de Andrew Feenberg: racionalização democrática, poder e tecnologia (pp. 255-287). Observatório do Movimento pela Tecnologia Social na América Latina/CDS/UnB/CAPES.

Feenberg, A. (2013b). O que é a filosofia da técnica? In R. Neder (Org.), A teoria crítica de Andrew Feenberg: racionalização democrática, poder e tecnologia (pp. 51-65). Observatório do Movimento pela Tecnologia Social na América Latina/CDS/UnB/CAPES.

Felice, M. di (2020). Heidegger e a internet de todas as coisas: para além da concepção midiática da comunicação. In M. Heidegger, Martin Heidegger: a questão da técnica (pp. 7-31). Paulus.

Freire, P. (2000). Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. Editora Unesp.

Freire, P. (2013). À sombra desta mangueira. (11ª Edição). Paz e Terra.

Habermas, J. (2007). Técnica e ciência como ideologia. Edições 70.

Heidegger, M. (2007). A questão da técnica. Scientiae Studia, 5(3), 375-398. https://doi.org/10.1590/S1678-31662007000300006

Heidegger, M. (2020). Martin Heidegger: a questão da técnica. Paulus.

Houaiss (2022). Compromisso. https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v6-1/html/index.php#1

Kenski, V. M. (2012). Educação e Tecnologias: o novo ritmo da informação. Papirus.

Latour, B. (2012). Reagregando o Social: uma introdução à Teoria Ator-Rede. EDUFBA.

Marcuse, H. (1986). A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional. Zahar editores.

Mill, D., & Jorge, G. (2013). Sociedades grafocêntricas digitais e educação: sobre letramento, cognição e processos de inclusão na contemporaneidade. In M. Daniel (Org.), Escritos sobre educação: desafios e possibilidades para ensinar e aprender com as tecnologias emergentes (pp. 39-71). Paulus.

Sell, C. E. (2011). Máquinas petrificadas: Max Weber e a sociologia da técnica. Scientiae Studia, 9(3), 563-583. https://doi.org/10.1590/S1678-31662011000300006

Sousa, A. W. da S. (2022). Filosofia da tecnologia de Andrew Feenberg. Polymatheia – Revista de Filosofia, 15(1), 208-2019. https://revistas.uece.br/index.php/revistapolymatheia/article/view/7820

Veloso, B. (2020). Da autonomia a tecnologia: Paulo Freire como base epistemológicas a pesquisa sobre educação e tecnologias. In D. Mill, B. Veloso, G. Santiago & M. Santos (Orgs.), Escritos sobre educação e tecnologias: entre provocações, percepções e vivências (pp. 61-75). Artesanato Educacional.

Veloso, B., Mill, D., & Moreira, J. A. (2023). Educação híbrida como tendência histórica: análise das realidades Brasileira e Portuguesa. Dialogia, 43, 1-20. https://doi.org/10.5585/44.2023.23864

Vieira Pinto, A. (2005). O conceito de tecnologia. Contraponto.

Weber, M. (2013). A ética protestante e o espírito do capitalismo. Martin Claret.

Weber, M. (2016). A Metodologia das ciências sociais. (5ª Edição). Editora da Unicamp.

Downloads

Publicado

2023-10-31