Efeito do precedente cultural numa cultura de cobertura
DOI:
https://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32526Palavras-chave:
Cultura de cobertura, Precedente cultural, Matéria seca, Consociação, Restituições de nutrientesResumo
As culturas de cobertura (CC), instaladas entre duas culturas principais (CP), contribuem para uma sustentabilidade da atividade agrícola. Elas atenuam a lixiviação dos nutrientes, nomeadamente o azoto na forma de nitrato, estimulam o microbioma do solo, protegem o solo da erosão, contribuem para o controlo de certas infestantes, podem produzir matéria forrageira para alimentação animal; são sumidouros de gases com efeitos de estufa (GEE). Em Portugal têm sido desenvolvidos diversos trabalhos na avaliação do impacto das CC na cultura principal (CP); no entanto, os trabalhos de avaliação da CP nas CC, são praticamente inexistentes, especialmente, numa situação de rotação cultural. Este trabalho teve como objetivo quantificar o impacto de 4 culturas (milho, tomate-de-indústria, “butternuts”, feijão frade) numa CC, consociação de gramíneas e leguminosas.
No ano de 2023, instalou-se um campo experimental na Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS). Aos 139 dias após sementeira (DAS) foram colhidas 3 amostras em cada uma das quatro folhas da rotação e avaliado a repartição da matéria seca (MS) de três grupos de plantas (trevos, azevéns e outras plantas) da consociação. Foi ainda determinada a produção total de matéria seca em cada uma das folhas, aos 146 DAS, determinado o teor de N, P, K, Ca e Mg na MS e estimadas as restituições ao solo destes nutrientes na forma orgânica. O precedente cultural influenciou a repartição percentual de MS nos 3 grupos de plantas. Verificou-se uma repartição de 60% de MS no grupo de outras plantas na F1 (Feijão frade) e F3 (Tomate-de-indústria), enquanto os trevos representaram cerca de 54% em F2 (“butternuts”) e 52% em F3 (Milho). A produção total de MS foi ligeiramente mais elevada em F3 (5043kg/ha) logo seguida de F2 (4833kg/ha) e F1 (4755kg/ha) e por último F4 (4462kg/ha). Contudo, as diferenças não foram estatisticamente significativas (p>0,05). Estimou-se que a CC restitui, em média, na forma orgânica e considerando apenas a parte aérea, 77 a 93kg/ha de N; 11 a 13kg/ha de P; 101 a 141kg/ha de K; 20 a 28kg/ha de Ca e 11 a 13kg/ha de Mg.
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