Avaliação de clones de pereira rocha: um contributo
DOI:
https://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32541Palavras-chave:
pereira 'Rocha', clones, avaliaçãoResumo
A pereira Rocha, identificada em Sintra em 1836, ocupa mais de 90% da área de pereira no País. Este trabalho enquadra-se no estudo e seleção de clones mais produtivos, com maior tendência para a partenocarpia, desenvolvido pela Estação Nacional de Fruticultura Vieira Natividade (ENFVN, INIAV), em Alcobaça. Decorreu de março a setembro de 2022.
O ensaio decorreu no campo experimental Olival Fechado. Estudaram-se os seis clones de pereira Rocha mais produtivos nos últimos cinco anos (N2, O, 4A, 4C, 6, Sem Carepa) sendo o presente trabalho respeitante ao sexto ano em avaliação. Para avaliar a capacidade produtiva, com e sem polinização, estabeleceram-se 4 modalidades por clone (testemunha, corimbo isolado com saco e flores castradas, corimbo isolado e corimbo polinizado manualmente). Em cada clone e modalidade estudou-se o desenvolvimento fenológico, o vigor, a resistência a doenças, e a qualidade do fruto. Avaliou-se semanalmente o crescimento do fruto e através da medição inicial e final do diâmetro do tronco comparou-se o vigor entre clones.
Em cada fase de desenvolvimento fenológico, definido pela escala BBCH, determinou-se a percentagem de gomos florais existentes, a percentagem de vingamento. Com o objetivo de avaliar a qualidade do fruto determinaram-se, em 10 frutos por modalidade, a altura e peso do fruto, o número de sementes, a dureza, o teor em açúcar e o teor em ácido málico.
Procedeu-se ainda à monitorização e avaliação da resistência a duas doenças importantes na pereira ‘Rocha’, a estenfiliose e fogo bacteriano.
No que respeita ao desenvolvimento fenológico, o clone 6 foi o mais precoce visto que iniciou a floração uma semana mais cedo que os outros, enquanto que o clone O foi o mais tardio pois apresentava mais de uma semana de atraso nas várias fases de desenvolvimento fenológico.
O clone 6 foi o que apresentou maior crescimento do tronco aparentando ser o mais vigoroso. O clone 4A foi o mais produtivo (41 849 kg/ha) e o clone 6 o menos produtivo (27 911 kg/ha). O clone Sem Carepa foi o que apresentou menor presença de folhas com estenfiliose, a qual, no entanto foi observada nos frutos.
Em relação ao teor de sólidos solúveis os clones dividem-se em dois grupos, os clones N2, O, 6 e Sem Carepa apresentam um maior teor de sólidos solúveis (15ºBrix) que os clones 4A e 4C 12,5 ºBrix. Quanto à dureza dos frutos, na testemunha, observaram-se diferenças significativas entre os clones, sendo o clone 6 aquele que apresenta menor dureza média, 4,8 kg/0,5 cm2.
Na monitorização da estenfiliose o clone N2 foi o que apresentou maior percentagem de folhas com a doença, mas foi nos clones Sem Carepa e 4C que se encontraram mais frutos com estenfiliose à colheita. No clone 4A os frutos monitorizados não apresentaram estenfiliose. Verificou-se que o clone 4A foi o mais produtivo. No entanto o clone Sem Carepa é o que regista maior produção acumulada desde 2017.
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