Formar melhor para um melhor cuidar

Authors

  • Manuela Maria da Conceição Ferreira

Abstract

A formação surge como uma ajuda ao desenvolvimento humano, adoptando uma posição abrangente que inclui o aluno e o próprio professor (Kohlberg e Mayer, 1972), em que o resultado obtido é menos importante do que a disponibilidade gerada durante o percurso, para que o aluno possa continuar a evoluir ao longo da vida. Esta perspectiva desenvolvimentalista, antecipava já, a tendência actual que defende que a educação deve constituir para cada indivíduo uma forma de promover o máximo desenvolvimento das suas potencialidades, através de experiências de aprendizagem de complexidade crescente. A formação não é apenas uma instância de mediação das relações formador/formando ou equipa de formadores/grupo de formandos, mas uma instância de auto-mediação do formando com o seu mundo subjectivo, mediador do grupo de formação com as suas subjectividades, mediador do grupo com um projecto de acção através do qual ele se exterioriza (Correia, 1997: 25).

A qualidade do desenvolvimento e das aprendizagens do ser humano e de toda a acção pedagógica e educativa passa de uma maneira determinante pela qualidade das relações pessoais e interpessoais estabelecidas no processo de ensino/aprendizagem (Tavares, 1996). O mesmo autor (p: 83) refere que o “educador antes de mais tem de ser uma pessoa que se dirige a outra pessoa e a ajuda a dar à luz - mais e melhor que a parteira – a sua própria identidade pessoal, como ser inteligente e livre, autor e actor do seu próprio destino de uma maneira autónoma e responsável”.

 

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Published

2016-02-15

How to Cite

Ferreira, M. M. da C. (2016). Formar melhor para um melhor cuidar. Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health, (30), 123–137. Retrieved from https://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/8440

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