A Anestesiologia no Hospital de S. João - Porto
DOI:
https://doi.org/10.25751/rspa.6236Palavras-chave:
Anestesiologia/história, História século 20, PortugalResumo
O percurso do Serviço de Anestesiologia do Hospital S. João, hoje Centro Hospitalar S. João, EPE, foi publicado em livro em 2011.1 Nele se encontram analisadas em pormenor as etapas pelas quais passou o seu desenvolvimento, bem como os nomes dos que nelas participaram de forma relevante.
O texto que se segue não pretende ser o resumo desse percurso, mas uma interpretação pessoal dos fundamentos identitários do Serviço e da intervenção dos seus atores na evolução da medicina em geral e da especialidade em particular. Nesta perspetiva, considera-se que a individualidade do crescimento do serviço assentou em 4 marcos: a criação de um serviço num hospital escolar que não tinha nenhum professor da Faculdade nessa área; a preparação de novos especialistas e a educação médica contínua; a implementação e o desenvolvimento das novas áreas em que os anestesiologistas se foram tornando competentes; e o acolhimento e desenvolvimento da Anestesiologia enquanto disciplina académica com a primeira unidade curricular nuclear do Mestrado Integrado em Medicina e o primeiro professor catedrático do país.
O Hospital de S. João, bem como o de Santa Maria em Lisboa, ao mesmo tempo centrais e escolares, foram planeados para incluir todas as especialidades médicas e cirúrgicas, com particular atenção às emergentes, como instituições privilegiadas para a inclusão da inovação, vocacionadas para os doentes com problemas médicos de difícil solução e destinados a introduzir as ciências básicas na formação dos futuros médicos.
Os médicos que ao longo dos anos pertenceram ao Serviço de Anestesia e Reanimação (a partir de certa altura Departamento de Anestesiologia e Cuidados Intensivos, hoje Serviço de Anestesiologia) souberam incorporar os objetivos do Hospital e responder de forma afirmativa, competente e empenhada aos múltiplos desafios que a evolução da medicina suscitou. A partir de 1989, o Serviço passou a contar com instalações amplas, nomeadamente de gabinetes e sala de reuniões com capacidade para todos os elementos do serviço. Esta autonomia em espaço revelou-se fundamental para a prossecução dos objetivos de formação especializada, pós-graduada e pré-graduada, assumidos pelo serviço.
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