Paisagens Transgénicas
DOI:
https://doi.org/10.18055/Finis25456Resumo
Na tradição clássica da Geografia, a Paisagem é um conceito e uma questão central na definição do próprio objecto de estudo da Geografia. A Paisagem continha registos fundamentais para se perceber a relação entre o “homem” e o “meio”, permitindo leituras rigorosas sobre a influência mútua entre os sistemas biofísicos e as transformações derivadas da ocupação humana e da sua evolução. Desenvolvida sobretudo entre o final do séc. XIX e a primeira metade do séc. XX, a Geografia das Paisagens privilegiou as ambiências rurais pré-modernas com vantagens evidentes: as formas de organização da produção agrícola estavam então muito dependentes dos contextos biofísicos; a agricultura construía paisagem pelo modo como transformava o território e como organizava a sociedade, o povoamento, a relação com os lugares; os constrangimentos tecnológicos e uma maior lentidão na sua evolução (comparando com a situação de hoje) não permitiam grandes rupturas e favoreciam a estabilidade e a clareza da leitura. Entretanto, a urbanização, a rápida evolução da base económica para as actividades industriais e de serviços, o desaparecimento da agricultura pré-moderna e da sociedade que lhe correspondia mergulhou a paisagem na deriva e na confusão, tendo-se perdido as linhagens/tipologias puras. Como nos organismos transgénicos, os cruzamentos, as novas combinações, as formas de análise e validação, as polémicas éticas e estéticas, também a paisagem entrou no desassossego.
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