Da neurobiologia das relações precoces à neuroeducação
DOI:
https://doi.org/10.25755/int.4025Palavras-chave:
Relações precoces, Neuroeducação, Desenvolvimento cerebral, Intervenção precoce.Resumo
Partindo do pressuposto relativamente recente, mas largamente aceite, de que “a mente emerge a partir da actividade do cérebro, cuja estrutura e função são directamente moldadas pela experiência interpessoal.” (Siegel, 2004, p.17), o presente artigo procura enfatizar o papel que as primeiras experiências de vida, particularmente as ligações humanas interpessoais, desempenha no estabelecimento das ligações neuronais, assim como nas vivencias neuroquímicas cerebrais do bebé. Defendendo que as primeiras experiências do bebé podem ser particularmente cruciais na forma como as estruturas básicas do cérebro se desenvolvem, procura-se aqui estabelecer uma ponte com uma área emergente do saber, a neuroeducação.
Entendendo o cérebro como o órgão por excelência da aprendizagem e sabendo que, “alterando a actividade e a estrutura das ligações existentes entre os neurónios, a experiência molda directamente os circuitos responsáveis por processos como a memória, a emoção e a auto-consciência.” (Siegel, 2004, p. 18), processos esses diretamente implicados na aprendizagem, torna-se fundamental compreender a perspetiva neurobiológica das relações precoces, como antecipatória ou preditora de modos de funcionamento cerebrais, que se possam vir a assumir como (des)favoráveis ao próprio processo de ensino-aprendizagem. Uma vez que a neuroeducação procura fundamentar a prática pedagógica, nomeadamente evidenciando estratégias pedagógicas que respeitem a forma como o cérebro funciona, procuramos aqui realçar o papel das relações precoces, prévio à ação da prática pedagógica, no desenvolvimento cerebral do bebé.
Nesse sentido, partindo de uma pequena definição e enquadramento sobre o que se entende por neuroeducação, seus principais principios e áreas de confluência, será feita uma pequena revisão de literatura no que concerne à vinculação, sua qualidade e repercussões ao nível da química cerebral do bebé. Serão igualmente apresentados resultados empíricos onde essa qualidade se encontra comprometida ou ausente, nomeadamente em casos de depressão materna ou maltrato infantil. Procurar-se-á ainda identificar repercussões daí decorrentes para o funcionamento cerebral, cujas consequências, a médio prazo, se tendem a manifestar em contextos de processo de ensino-aprendizagem.Downloads
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