Sida e a mulher
Abstract
Os padrões epidemiológicos da pandemia do VIH/SIDA estão a mudar, fazendo prever que, nos próximos anos, o ratio homem/mulher seja de 1:1. Isto é tanto mais verdade em localizações geográficas onde a transmissão do vírus por via heterossexual é a predominante, com particular relevância para os países em vias de desenvolvimento. De entre estes, África merece destaque, já que aí as cifras assustadoras relativas a esta doença traduzem, de facto, a precariedade da condição de mulheres e crianças.
As mulheres são, no presente, o grupo mais vulnerável à SIDA, não só pelas suas condições anatomofisiológicas, mas também pela sua situação social, económica e cultural. O seu papel na família, como cuidadora, parceira sexual e, eventualmente, mãe coloca-as face aos desafios de uma doença que, apesar de crónica, tem, ainda hoje, um desfecho fatal.
Simultaneamente vítima e portadora/mensageira da doença, a mulher é confrontada com os seus comportamentos passados ("vítima culpada") ou acaba por se ver presa numa teia de contaminações sucessivas. Com frequência, começa por ser contaminada pelo seu parceiro sexual (muitas vezes, como verdadeira "vítima inocente", já que desconhece condutas e passado do homem com quem vive), tornando-se, depois, ela própria, transmissora da doença aos filhos que, provavelmente, tanto quis proteger. Em 80% dos casos de SIDA pediátrica a génese pode ser encontrada na transmissão vertical.
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