Os pais no Conselho Geral das escolas: Entre a retórica da ação estratégica e a subordinação múltipla.
DOI:
https://doi.org/10.21814/rpe.18618Palavras-chave:
Conselho Geral, Direção de escola, Pais, ParticipaçãoResumo
Como é que os pais percecionam o papel do Conselho Geral das Escolas (CGE), que valor lhe atribuem enquanto órgão de direção estratégica, como se inscrevem na ação que aí desenvolvem, são as questões às quais quisemos responder. Para tal, através da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), enviamos um inquérito por questionário destinado aos pais que exerciam funções nesse órgão, constituído por 28 itens, posteriormente categorizados em seis dimensões: participação, deliberação, focalização, divulgação, relevância e relação entre pais e diretor. O questionário foi administrado on-line, entre 18 de dezembro de 2017 e 26 de janeiro de 2018 e recolhidas 213 respostas válidas. Os resultados foram tratados com recurso a estatística descritiva e inferencial, apurando-se a frequência, a média, desvio-padrão e análise de relações entre variáveis dependentes e independentes. Como principais conclusões retêm-se as que se relacionam com uma expressiva dispersão de resultados evidenciando uma visão heterogénea sobre as funções e relevância estratégica do CGE, o reconhecimento do condicionamento dos poderes externos (sediados no Ministério da Educação) e internos adstritos ao poder cognoscitivo dos professores e do diretor, uma sobrevalorização simbólica do órgão que não corresponderá à ação concreta, e uma visão restrita de comunidade educativa onde não cabem a autarquia e os alunos.
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