Avaliação da qualidade dos exames de Biologia e Geologia do ensino secundário português
DOI:
https://doi.org/10.21814/rpe.21651Palavras-chave:
Biologia e Geologia, Educação em ciências, Avaliação, Avaliação externa, Exames nacionaisResumo
Os resultados dos alunos portugueses no exame de Biologia e Geologia têm revelado uma situação grave de insucesso ao longo dos anos, com classificações médias muito baixas e taxas de reprovação excessivamente elevadas. Na opinião dos professores, as principais causas de insucesso relacionam-se com o elevado grau de complexidade do exame. Assim, é importante analisar a validade e a qualidade técnica desses exames para aferir se esses instrumentos de avaliação estão a contribuir negativamente para o insucesso dos alunos. Neste contexto, realizou-se esta investigação qualitativa, de análise documental com recurso a análise de conteúdo. Analisaram-se dois exames de Biologia e Geologia (critério de seleção: provas com os melhores e os piores resultados) nas dimensões: Área disciplinar por ano (o exame avalia as áreas de Biologia e Geologia); Tipo de questão; Dimensões do Ensino das Ciências; Taxonomia de Bloom: Dimensão do Processo Cognitivo e Dimensão do Conhecimento. Conclui-se que os exames são cognitivamente exigentes, sendo que a maioria das questões avalia categorias superiores do processo cognitivo (aplicação e análise) de conhecimento conceptual. Esta investigação demonstra a falta de validade e fiabilidade dos exames de Biologia e Geologia, assim como vários problemas de qualidade técnica.
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