Educação e o sistema prisional: Percepção das mulheres privadas de liberdade

Autores

  • Maria do Horto Salles Tiellet Universidade do Estado de Mato Grosso, Brasil.
  • Ana Luiza de Araújo da Silva Secretaria de Estado de Segurança Pública, Mato Grosso, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-3749-3019

DOI:

https://doi.org/10.21814/rpe.23858

Palavras-chave:

Educação na prisão, Sistema prisional, Mulheres privadas de liberdade

Resumo

O objetivo deste artigo é dar destaque à percepção das mulheres da Unidade Prisional Feminina de Cáceres-MT/BR sobre a educação, e a questão a ser respondida é: qual a percepção que as mulheres privadas de liberdade na cadeia feminina de Cáceres têm sobre a educação, especialmente a prisional? O estudo é descritivo, do tipo Estudo de Caso e de abordagem qualitativa. O local da investigação foi a Unidade Prisional de Cáceres-MT/BR. As informações foram coletadas em entrevista com cinco mulheres selecionadas através dos seguintes critérios: condenadas; residentes em Cáceres; mães com filhos em idade escolar e envolvidas nas atividades escolares na Unidade Prisional. Utilizou-se a técnica de Análise de Conteúdo de Laurence Bardin (1977), aplicada à sistematização dos dados da entrevista, organizados segundo os eixos temáticos: Delito, Sistema Prisional, Família dos quais foram extraídos fragmentos relacionados à unidade de registro:   educação. Um dos resultados do estudo mostra que as mulheres privadas de liberdade manifestam esperança e interesse pela educação (escolarização e/ou cursos profissionalizantes), não somente voltada à remição, mas como instrumento para a melhoria das suas condições de vida ao retornarem à sociedade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Maria do Horto Salles Tiellet, Universidade do Estado de Mato Grosso, Brasil.

Doutorado em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2012), mestrado em Educação Brasileira pela Universidade Federal de Santa Maria (1996) especialista em Pesquisa Educacional pela Universidade Federal de Mato Grosso/Rondonópolis (1993) e graduada em Licenciatura em Filosofia - FFCL Imaculada Conceição agregada à Universidade Federal de Santa Maria (1985). Atualmente professora sênior da Universidade do Estado de Mato Grosso. Atua principalmente nos seguintes temas: juventude, socioeducativo,conflito,indisciplina, violência escolar, politicas públicas, politica educacional, educação em unidades prisionais,escola.

Ana Luiza de Araújo da Silva, Secretaria de Estado de Segurança Pública, Mato Grosso, Brasil.

Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Mato Grosso.Mestrado em Educação pelo Programa de Pós graduação em Educação da Universidade di Estado de Mato Grosso. Trabalha na Secretaria de Estado de Segurança Pública do Estado de Mato Grosso.

Referências

Baratta, A. (2007). Ressocialização ou controle social: Uma abordagem crítica da reintegração social do sentenciado. Universidade de Saarland, R. F. A. https://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/13248-13249-1-PB.pdf

Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo (Luís Antero Reto & Augusto Pinheiro, Trad.). Edições 70.

Brasil (1984). Institui a Lei de Execução Penal. Decreto nº 7.210 de 11 de julho de 1984. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm

Brasil (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Senado Federal. https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_205_.asp

Brasil (2007). Relatório sobre mulheres encarceradas no Brasil. Centro pela Justiça e pelo Direito Internacional. https://carceraria.org.br/wp-content/uploads/2013/02/Relato%CC%81rio-para-OEA-sobre-Mulheres-Encarceradas-no-Brasil-2007.pdf

Brasil (2011a). Lei n.º 12.433 de 29 de julho de 2011.Altera a Lei n.º 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), para dispor sobre a remição de parte do tempo de execução da pena por estudo ou por trabalho. Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12433.htm

Brasil (2011b). Resolução nº 4, de 29 de junho de 2011. Recomenda aos Departamentos Penitenciários Estaduais ou órgãos congêneres seja assegurado o direito à visita íntima a pessoa presa, recolhida nos estabelecimentos prisionais. Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). https://www.gov.br/depen/pt-br/composicao/cnpcp/resolucoes/2011/resolucao-no-4-de-29-de-junho-de-2011.pdf/view

Brasil (2013). Declaração Universal dos Direitos Humanos. In A. Lopes da Silva (Org.), Direitos Humanos: Atos internacionais e normas correlatas (4ª ed., pp. 20-23). Senado Federal. https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/508144/000992124.pdf

Brasil (2016). Regras de Mandela: Regras mínimas das Nações Unidas para o tratamento de presos. Conselho Nacional de Justiça. https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2019/09/a9426e51735a4d0d8501f06a4ba8b4de.pdf

Brasil (2018). Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias – INFOPEN Mulheres (2.ª ed.). Ministério da Justiça e Segurança Pública. https://conectas.org/wp-content/uploads/2018/05/infopenmulheres_arte_07-03-18-1.pdf

Carvalho, J. S. (2019). Processos de criminalização e a participação feminina no tráfico de drogas. Plural: Revista do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da USP, 26(1), 103-132. https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2019.159746

Coyle, A. (2002). Administração Penitenciária: Uma abordagem de direitos humanos (Paulo Liégio, Trad.). International Centre for Prison Studies. https://www.prisonstudies.org/sites/default/files/resources/downloads/portugese_handbook.pdf

Falcade, I. A., & Asinelli-Luz, A. (2016). Discriminação de gênero no sistema penitenciário: implicações vividas. In I. A. Facalde (Org.), Mulheres Invisíveis: Por entre muros e grades (pp. 15-36). JM Editora.

Fidalgo, F., Fidalgo, N., Rocha, S. W., & Alves, Y. E. (2017). O ONASP e a produção acadêmica sobre o sistema prisional brasileiro: Rumo a um estado da arte. In F. Fidalgo, & N. Fidalgo (Orgs.), Sistema Prisional: Teoria e pesquisa (pp. 17-40). Editora UFMG.

França, M. H. O. (2013). Criminalidade e Violência: a inserção da mulher no mundo do crime [Apresentação]. XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação & VII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica Júnior, Universidade do Vale da Paraíba. https://silo.tips/download/criminalidade-e-violencia-a-inserao-da-mulher-no-mundo-do-crime-profa-dra-marlen

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010). Cidades e Estados. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mt/caceres/pesquisa/23/22469

Mazzoni, D. S. A. (2017). Pedagogo prisional. Entre o fazer burocrático e o fazer pedagógico. In F. Fidalgo, & N. Fidalgo (Orgs.), Sistema Prisional: Teoria e pesquisa (pp. 347-370). Editora UFMG.

Medeiros, J. S. N. (2016). O sentido da educação para mulheres em privação de liberdade: vivências e perspectivas [Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Mato Grosso]. Repositório Institucional da Universidade Federal de Mato Grosso. https://ri.ufmt.br/handle/1/1032

Onofre, E. M. C., & Julião, E. F. (2013). A Educação na Prisão como Política Pública: entre desafios e tarefas. Educação & Realidade, 38(1), 51-69. https://doi.org/10.1590/S2175-62362013000100005

Posada, R. A. U. (2017). Mulher, raça e encarceramento massivo no Brasil. In F. Fidalgo, & N. Fidalgo (Orgs.), Sistema Prisional: Teoria e pesquisa (pp. 279-308). Editora UFMG.

Scariot, L. F. S. M. (2013). Práticas de leitura, escrita e letramento na penitenciária feminina em Cuiabá - MT: A visão da professora e suas alunas [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Mato Grosso]. Repositório Institucional da Universidade Federal de Mato Grosso. http://ri.ufmt.br/handle/1/920

Silva, A. L. A. (2020). Cadeia feminina do município de Cáceres/MT: o delito, a reinserção, a educação, a família e o sistema prisional [Dissertação de mestrado, Universidade do Estado de Mato Grosso]. Repositório Institucional da Universidade Federal de Mato Grosso. http://portal.unemat.br/media/files/PPGEdu/ANA%20LUIZA%20%20DE%20ARAUJO%20DA%20SILVA.pdf

Silva, R., & Moreira, F. A. (2006). Objetivos educacionais e objetivos da reabilitação penal: o diálogo possível. Revista Sociologia Jurídica, (3).https://sociologiajuridica.net/objetivos-educacionais-e-objetivos-da-reabilitacao-penal-o-dialogo-possivel/

Silva, R., & Moreira, F. A. (2011). O projeto político-pedagógico para a educação em prisões. Em Aberto, 24(86), 89-103. https://doi.org/10.24109/2176-6673.emaberto.24i86.%25p

Souza, E. B., Neves, L. F. S., Neves, S. M. A. S., Neves, R. J., & Silva, A. L. A. (2018). Dinâmica da população cacerense. Ciência Geográfica, 22(1), 152-166. https://agbbauru.org.br/publicacoes/revista/anoXXII_1/agb_xxii_1_web/Rev_AGB_dez2018-12.pdf

Viana, L. C. (2017). Trabalho e educação como instrumento de emancipação. In F. Fidalgo, & N. Fidalgo (Orgs.), Sistema Prisional: Teoria e pesquisa (pp. 93-116). Editora UFMG.

Downloads

Publicado

2023-03-31

Como Citar

Tiellet, M. do H. S., & Araújo da Silva, A. L. de . (2023). Educação e o sistema prisional: Percepção das mulheres privadas de liberdade. Revista Portuguesa De Educação, 36(1), e23006. https://doi.org/10.21814/rpe.23858