O bem-estar subjetivo das crianças em tempos de confinamento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21814/rpe.23741

Palavras-chave:

Infância, Bem-estar subjetivo, Pandemia, Direitos da criança

Resumo

A crise pandémica que vivemos, motivada pela disseminação da COVID-19, tem tido um alcance massivo que não conhece fronteiras, acarretando sentimentos de vulnerabilidade e insegurança que trespassam classes sociais e grupos geracionais. No caso da infância, as situações de crise são particularmente impactantes no exercício dos seus direitos básicos. Conscientes desta realidade, consideramos ser fundamental recentrar a reflexão e contribuir com conhecimento produzido a partir das vozes das crianças, que nos permita caracterizar o seu bem-estar subjetivo em tempos de pandemia. Para tal, apresentaremos uma reflexão sobre a infância e o conceito de bem-estar subjetivo, a qual nos apoiará na análise dos dados resultantes de uma pesquisa, que teve como objetivo, precisamente, caracterizar o bem-estar subjetivo das crianças em tempos de pandemia. Para o efeito, foi desenvolvido online um “Questionário sobre o bem-estar das crianças em tempo de pandemia”, tendo em vista aceder às perceções das crianças relativamente às dimensões da saúde, educação, relacionamentos com familiares e pares e satisfação com a vida. Cumulativamente, em parceria com a “Rádio Miúdos”, foram também realizados “Debates Temáticos” com as crianças sobre a situação pandémica. A partir da análise e discussão dos dados obtidos, é possível divulgar conhecimentos sobre a sua vida quotidiana, entre crianças, na família e na comunidade, e promover a compreensão das suas convicções, do seu grau de satisfação com o meio e com as relações que mantêm em situação de pandemia.

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Biografias Autor

Marlene Barra, Centro de Investigação em Estudos da Criança, IE-UMinho

Doutora em Estudos da Criança e Mestre em Sociologia da Infância pela Universidade do Minho, foi colaboradora no Centro de Recursos para a Cooperação e Desenvolvimento do IE-UMinho. Trabalhou em diversos projetos internacionais, tal como a reestruturação do Programa Educativo Nacional da Guiné-Bissau e a implementação do primeiro curso de Educação de Infância na Universidade Pública de Timor-Leste. Atualmente é consultora na UNICEF de São Tomé e Príncipe, junto das Políticas Sociais e consultora no Banco Mundial em Angola, na área da Educação de infância. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-1196-2956. E-mail: marlenebarra2016@gmail.com.

Natália Fernandes, Instituto de Educação da Universidade do Minho, Portugal

Professora Associada, do Departamento de Ciências Sociais da Educação, do Instituto de Educação, Universidade do Minho. Investigadora Interna do Centro de Investigação em Estudos da Crianças, Universidade do Minho e no Laboratório Colaborativo ProChild – Against Poverty and Social Exclusion. Investiga temas na área dos direitos da criança e metodologias de pesquisa com crianças, com publicações nacionais e internacionais na área. Fundadora e membro da direção CREAN (Children’s Rights European Academic Network).

Ciência Vitae: https://www.cienciavitae.pt/portal/F11F-1180-3A6A Email. natfs@ie.uminho.pt

Ana Sani, Universidade Fernando Pessoa

Professora Associada com Agregação da Universidade Fernando Pessoa (UFP), Portugal. Título de Agregado em Estudos da Criança. Doutorada em Psicologia da Justiça pela Universidade do Minho (UM); Coordenadora do mestrado em Psicologia da Justiça: Vítimas de Violência e de Crime; Investigadora no Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC-UM). Investiga nos temas da vitimação e proteção da criança. Autora de várias publicações nacionais e internacionais nas áreas de Vitimologia, Psicologia Forense e Criminologia (https://www.cienciavitae.pt/pt/1C1A-918D-0E61). E-mail: anasani@ufp.edu.pt

 

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Publicado

2022-06-30

Como Citar

Barra, M., Fernandes, N. ., & Sani, A. I. (2022). O bem-estar subjetivo das crianças em tempos de confinamento. Revista Portuguesa De Educação, 35(1), 380–404. https://doi.org/10.21814/rpe.23741

Edição

Secção

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