Carta-performance: pensamento artístico e mise-en-scène enunciativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51427/cet.sdc.2022.0004

Palavras-chave:

prática como investigação, performatividade da linguagem, carta, enunciação, ausência

Resumo

O ensaio pretende refletir sobre e colocar em prática o gesto performativo como um meio de tocar o outro através do género epistolar. Num método de prática-pesquisa, a escrita criativa é usada para mostrar a performatividade da linguagem - a fala como ação sensível - e a pesquisa é utilizada para fornecer comentários e explicações teóricas, e, assim, promover o pensamento crítico. Como um experimento de articulação de duas vias (Baetens, 2019), adere às proposições de conhecimento tácito. Apresentando uma mise-en-scène de vozes, a saída pretendida sugere que a comunicação é o ato de enviar (Derrida, 2007), intermitente e insistente, e, portanto, onde a agência se torna uma ausência palpável. Esse movimento contrasta com o confinamento - a página em branco ou nossos quartos. Essas cartas, entendidas como um teatro de vidas, textualizam relações, primeiro com o leitor (e todo ato de leitura), em segundo lugar, num relato pessoal sobre a espectadora Mónica Calle, e, em terceiro lugar, com o outro (ou outros) no eu. Elas testemunham a passagem do tempo e a falta de conhecimento, entrelaçando carnalidade e escrita, papéis de gênero e feminismo, assim como efemeridade com memória através de seus efeitos performativos. Nesse procedimento de elaboração, são copiados brilhantes exemplos de gatos, fantasmas e chocos fritos numa intertextualidade discursiva de ida e volta.

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Publicado

2022-12-27

Como Citar

Figueiredo Marques, A. . (2022). Carta-performance: pensamento artístico e mise-en-scène enunciativa. Sinais De Cena, 3(1), 53–74. https://doi.org/10.51427/cet.sdc.2022.0004

Edição

Secção

Estudos aplicados