Interações entre um Professor da Educação Básica e um Professor do Ensino Superior em uma Experiência de Docência Compartilhada em Matemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25749/sis.21357

Palavras-chave:

formação de professores, docência compartilhada, licenciatura em matemática, interação entre professores

Resumo

Neste artigo analisamos as dinâmicas de interação entre um professor da Escola Básica e um professor da Universidade, lecionando juntos uma disciplina no curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em formato de docência compartilhada. A experiência foi desenvolvida como parte de um projeto de pesquisa intitulado Práticas Docentes Compartilhadas. Buscamos, em particular, identificar possíveis conflitos e/ou consonâncias nessas dinâmicas. Os resultados indicam que, apesar do reconhecimento de obstáculos na implementação, o formato de docência compartilhada revela potencialidades para a formação inicial de professores de Matemática, contemplando uma dinâmica interativa de saberes de naturezas diversas e proporcionando deslocamentos na centralidade do conhecimento em um único professor. A interação entre as formas particulares de contribuição dos professores, com a autoridade de cada um sendo acionada em momentos específicos, produziu um resultado que é maior do que a simples justaposição do que cada um teria a contribuir isoladamente.

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Biografias Autor

Lucas Melo, Departamento de Matemática, Instituto Federal do Rio de Janeiro, Paracambi, Brasil

Licenciado em Matemática pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), mestre e doutor em Ensino de Matemática pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, campus Paracambi (IFRJ-CPAR), onde leciona disciplinas nos cursos superiores de Licenciatura em Matemática e Bacharelado em Engenharia Mecânica, além da disciplina Matemática nos cursos de nível médio-técnico na Educação Básica. Integrante do grupo de pesquisas Laboratório de Práticas Matemáticas do Ensino (LaPraME), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PEMAT-UFRJ).

Victor Giraldo, Instituto de Matemática, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Mestre em Matemática e Doutor em Engenharia de Sistemas e Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com estágio doutoral no Institute of Education da University of Warwick. Atua em pesquisa em Educação, com ênfase em formação de professores, currículo e decolonialidade. É membro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação e da Sociedade Brasileira de Educação Matemática. É Professor Associado da UFRJ, onde leciona no curso de Licenciatura em Matemática, nos Programas de Pós-Graduação em Ensino de Matemática e em Educação, e coordena o Laboratório de Práticas Matemáticas do Ensino (LaPraME).

Rodrigo Rosistolato, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Antropólogo brasileiro especializado em educação. Doutor em Ciências Humanas (antropologia), professor do Programa de Pós-Graduação em Educação-PPGE e do Departamento de Fundamentos da Educação, da Faculdade de Educação da UFRJ. Bolsista de produtividade em pesquisa pelo CNPq. Integra a equipe do LaPOpE (Laboratório de Pesquisa em Oportunidades Educacionais). Associado efetivo da ABA (Associação Brasileira de Antropologia), da SBS (Sociedade Brasileira de Sociologia), da REIPPE (Rede de Estudos sobre Implementação de Políticas Públicas Educacionais) e da ANPED (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação). Editor de seção da revista Estudos em Avaliação Educacional, da Fundação Carlos Chagas.

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Publicado

2021-06-30