Atratividade: escolha da razão cintura-anca em silhuetas femininas entre praticantes de cycling e musculação
DOI:
https://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32474Palavras-chave:
atratividade, fitness, cycling, musculação, razão cintura-ancaResumo
A razão cintura-anca (RCA) em mulheres é um indicador de atributos de saúde, juventude e fertilidade; o qual tem sido utilizado como uma medida de atratividade. No caso do sexo feminino a dimensão da anca indica a dimensão pélvica e, consequentemente, a dimensão do canal reprodutivo associando-se assim à fertilidade. Por outro lado, a dimensão da cintura transmite informações sobre estado de saúde feminino ou risco de morbilidade no futuro, uma vez que a gordura visceral nesta região pode ser sinal de maior risco de morbilidade. Investigações anteriores têm vindo a revelar que homens e mulheres percecionam uma RCA feminina de 0,7 como mais atraente, considerando esta razão como um valor universal. Este valor reflete a época histórica, cultural, económica e social em que os indivíduos estão envolvidos. Podemos assim supor que a cultura, em um nível mais específico, como a adesão a diferentes modalidades de ginásio, pode influenciar a incorporação dos seus valores e ideais, o que, por sua vez, poderá contribuir para uma mudança na preferência da RCA. O presente estudo objetivou investigar e comparar a escolha da RCA preferida, para silhuetas femininas, entre praticantes de cycling e musculação. Participaram neste estudo 121 participantes com idade entre os 15 e 72 anos (M=31,07 ± 12,17), entre os quais 59 praticantes de cycling (29 mulheres) e 62 de musculação (30 mulheres). Foi-lhes questionado qual a silhueta mais atraente, para o sexo feminino, de entre um conjunto de 5 silhuetas com RCA modificadas. Os resultados revelaram diferença significativa na RCA preferida entre as culturas de ginásio em análise, com os participantes de musculação a preferirem uma menor RCA (valor médio de 0,63 ± 0,01) comparativamente aos de cycling (0,66 ± 0,01). Os praticantes da cultura de musculação, especialmente os homens, preferem corpos femininos com um pouco mias de diferenciação cintura-anca, enquanto os praticantes da cultura de cycling se aproximam mais do valor universal de 0,7. Os resultados não revelaram diferenças na RCA preferida entre sexos, quer dentro de cada cultura de fitness, quer para a totalidade da amostra. Não obstante, ambas as culturas e sexos revelam preferência por uma RCA inferior à universalmente obtida, com particular incidência nos praticantes masculinos de musculação. Este resultado reforça a ideia de que a idealização do corpo feminino atraente passa por traços morfológicos mais pronunciados, típico da heteronormatividade. E que esta idealização é partilhada mesmo em praticantes de atividades físicas cujo principal objetivo passa por alcançar uma boa condição física associada à saúde, a qual se consubstancia em cinturas abdominais e pélvicas com pouca gordura e tonificadas.
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