Meios de subsistência fragmentados:
uma reflexão sobre as questões que levam poucos camponeses em situação de pobreza a participar numa organização em Niassa (Mocambique)
DOI:
https://doi.org/10.18055/Finis22168Resumo
Este artigo examina as razões pelas quais os camponeses que vivem em pobreza têm pouca probabilidade de formar ou integrar uma organização que defenda os seus direitos e interesses. O estudo é baseado em trabalho de campo, inspirado pela etnografia, na província de Niassa, no norte de Moçambique, e tem como ponto de partida os relatos dos camponeses sobre os seus meios de subsistência. A análise da subsistência é inserida num processo histórico e estrutural. O artigo sugere que quatro dimensões de fragmentação dos meios de subsistência dos camponeses dificultam as condições para as organizações coletivas. Em primeiro lugar, cada família camponesa está, em qualquer momento, envolvida em várias atividades de subsistência diferentes para garantir a sua produção e reprodução. Em segundo lugar, a composição dessas atividades varia entre as famílias. Em terceiro lugar, as atividades mudam constantemente. Em quarto lugar, há diferenciação socioeconómica entre as famílias camponesas. Estas quatro dimensões tornam difícil a identificação dos interesses e conflitos centrais e duradouros em que os camponeses estão engajados e que poderiam constituir a base da sua organização coletiva.
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