Teletrabalho em tempo de pandemia:
das vantagens às incertezas nos quotidianos das famílias residentes na Área Metropolitana de Lisboa Norte, Portugal
DOI:
https://doi.org/10.18055/Finis28818Resumo
O teletrabalho, adotado por muitas empresas e instituições em resposta à pandemia, contribuiu de forma positiva para a minimização da poluição atmosférica, para o aumento do tempo com a família e para a redução de custos de deslocação no orçamento familiar. Contudo, levantou incertezas relativamente aos seus efeitos positivos, uma vez que gerou o aumento da intensidade de trabalho, o isolamento social e a afetação psicológica dos trabalhadores, levando a questionar o futuro dos modelos de trabalho híbridos que possam ter surgido. Este artigo tem como principal objetivo identificar o impacto da COVID-19 na utilização do teletrabalho e discutir os seus efeitos nas famílias. O trabalho foi realizado na Área Metropolitana de Lisboa Norte, em pleno contexto pandémico. Em termos metodológicos, identificaram-se quais os setores em que o teletrabalho tem maior expressão para, numa segunda etapa, se realizar um inquérito que permitisse aferir as práticas diárias e os padrões de mobilidade das famílias. Os resultados sugerem que a opção de adotar o regime de trabalho remoto não é unânime por parte dos inquiridos, tendo-se identificado efeitos para as famílias. Por sua vez, este método de trabalho, ainda que tenha dificultado a separação entre vida pessoal e profissional, possibilitou a poupança de tempo e gastos utilizados nas deslocações diárias casa-trabalho, como apontado pelos inquiridos. Como conclusões, avançamos que os desafios dos modelos de teletrabalho ou modelos híbridos poderão prender-se com: a gestão de tempo e a work-family balance; a perceção de produtividade empregado/empregador; a noção do direito a ‘desligar’; e a melhoria na saúde mental e ambiental.
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