Uma leitura bourdiana do “jogo do lixo”
DOI:
https://doi.org/10.25755/int.384Palavras-chave:
Habitus, Reciclagem, Catadores, Lixo.Resumo
Este artigo procura, por meio de uma leitura bourdiana, compreender como se produzem as práticas cotidianas na reciclagem de lixo de Porto Alegre, buscando o “lado ativo do conhecimento prático” e procurando captar os “efeitos do lugar” deste jogo. Nesta perspectiva, são conhecidas as contribuições desta teoria percorrendo os vários domínios do espaço social, buscando “desvelar os fundamentos ocultos da dominação”. A intenção, no entanto, não é reduzir esta teoria, trata-se do exercício da busca de estratégias para estender o olhar acerca da realidade socioespacial do “jogo da reciclagem”, tanto no seu sentido mais amplo, macrocosmos do processo da reciclagem, quanto ao sentido mais restrito ao microcosmo de um galpão de reciclagem, a partir de uma perspectiva reflexiva e crítica. Mobilizo as noções de campo, capital e habitus procurando entender como se dão às posições no jogo da reciclagem de resíduos sólidos gerados na cidade. Os agentes enfocados são catadores de materiais recicláveis, que pela catação de lixo podem espelhar a sociedade de consumo. Burlando as regras do ordenamento socioespacial urbano, esses recusam o lugar que, numa determinada circunstância espaço-temporal, os agentes melhor situados no jogo, tentam lhe impor. Rompendo a inércia relativa em que se encontram, os catadores podem se mobilizar em busca de afirmação das qualidades que acreditam justificarem sua existência, os seus “modos de percepção legítima”.
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