Proposta para a valorização de resíduos da produção de vinho espumante no Turismo Enogastronómico

Autores

  • Catarina Flores Instituto Politécnico de Coimbra, Coimbra, Portugal | Universidade de Lisboa, Escola Superior de Agronomia (ISA), Lisboa, Portugal | Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal https://orcid.org/0009-0003-1739-7753
  • Tamara Ribeiro Instituto Politécnico de Coimbra, Coimbra, Portugal https://orcid.org/0009-0000-5766-5204
  • João Santos Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal | ADAI - Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial, Coimbra, Portugal https://orcid.org/0000-0003-3775-1222
  • Catarina Prista Universidade de Lisboa, Escola Superior de Agronomia (ISA), Lisboa, Portugal | Centro de Investigação em Agronomia, Alimentos, Ambiente e Paisagem, Lisboa, Portugal https://orcid.org/0000-0001-9307-1905
  • Goreti Botelho Instituto Politécnico de Coimbra, Coimbra, Portugal | Centro de Investigação de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (CERNAS), Coimbra, Portugal https://orcid.org/0000-0003-3857-3544

DOI:

https://doi.org/10.29352/mill0219e.41097

Palavras-chave:

resíduos de vinho espumante; economia circular; turismo enogastronómico; inovação gastronómica

Resumo

Introdução: O turismo enogastronómico tem vindo a focar-se cada vez mais na economia circular e na sustentabilidade. Após a segunda fermentação alcoólica em garrafa, as leveduras encapsuladas em esferas de alginato de cálcio usadas na produção do vinho espumante perdem viabilidade e são descartadas pelas adegas.

Objetivo: Este trabalho explorou o potencial do Canvas do Modelo de Negócio em Três Camadas (CMNTC) como suporte para desenvolver soluções, focadas em inovações gastronómicas, como vinagretes, para reciclar e valorizar resíduos da produção de vinho espumante.

Métodos: A metodologia do MNCTC foi utilizada para criar uma proposta de modelo baseada nos pilares económico, ambiental e social. Foram desenvolvidos quatro vinagretes em escala laboratorial com perfis de sabor distintos, todas com 3,5% m/m de esferas de alginato de cálcio: hortelã (V-Ar), algas (V-Água), picante (V-Fogo) e cogumelos (V-Terra). Além disso, foi avaliada a intenção de compra dos vinagretes, por um grupo de 40 consumidores.

Resultados: A integração dos princípios da economia circular na inovação gastronómica foi analisada através de aspetos-chave do MNCTC, incluindo proposta de valor, atividades-chave, recursos, parcerias e relações com clientes. A análise da intenção de compra das quatro formulações de vinagretes revelou que a formulação V-Terra obteve os melhores resultados positivos (36% provavelmente comprariam, 44% comprariam certamente), seguida da V-Fogo (35% e 30%).

Conclusão: A adoção de uma abordagem de economia circular através da reciclagem de resíduos da indústria do vinho espumante pode levar ao desenvolvimento de produtos e serviços gastronómicos inovadores, direcionados a turistas enogastronómicos que valorizam a sustentabilidade, a economia circular e a inovação gastronómica.

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Publicado

2025-06-02

Como Citar

Flores, C., Ribeiro, T., Santos, J., Prista, C., & Botelho, G. (2025). Proposta para a valorização de resíduos da produção de vinho espumante no Turismo Enogastronómico. Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health, 2(19e), e41097. https://doi.org/10.29352/mill0219e.41097

Edição

Secção

Engenharias, tecnologia, gestão e turismo