Conhecimento dos Enfermeiros sobre a Suspeita e Deteção de Maus‐Tratos na Criança.
Palabras clave:
maus-tratos infantis, conhecimentos, atitudes, prática em saúdeResumen
Enquadramento: Os maus-tratos à criança e ao
jovem são um problema muito frequente nos nossos dias e
envolvem, para além da agressão física, a negligência, a
agressão psicológica ou o abuso sexual. Em Portugal, a partir
de 1980, começou a dar-se especial atenção a este tema,
através de uma abordagem multidisciplinar, em que o
enfermeiro dos cuidados de saúde primários tem um papel
importante na promoção e proteção, mas também na deteção
precoce e encaminhamento das crianças.
Objetivos: Identificar os conhecimentos dos
enfermeiros de cuidados de saúde primários sobre os sinais e
sintomas de suspeita de maus-tratos na criança; determinar a
influência das variáveis sociodemográficas e profissionais nos
conhecimentos dos enfermeiros sobre essa matéria; verificar a
influência da experiência de atendimento de crianças vítimas
de maus-tratos nos conhecimentos sobre os sinais e sintomas
de suspeita de maus-tratos na criança.
Metodologia: Estudo quantitativo, exploratório e
descritivo, com utilização de um questionário, que teve por
base o Guia Prático de Abordagem, Diagnóstico e Intervenção
de Maus-tratos Infantis da Direção Geral de Saúde (2011). A
amostra foi constituída por 61 enfermeiros do Agrupamento
de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Vouga. O questionário
foi aplicado em março e abril de 2013.
Resultados: Verificámos que a maioria não tinha
formação específica na área de maus-tratos (88,5%) e 93,3%
referiram sentir necessidade dessa formação. A maioria referiu
ter facilidade em detetar e comunicar casos de abandono
(66,7%), negligência (63,3%) e maus-tratos físicos (59,0%),
mas, por outro lado, referiram ter pouca capacidade para
detetar situações de maus-tratos psicológicos/emocionais
(45,9%) e de abusos sexuais (41%). Os enfermeiros que
fizeram formação específica em maus-tratos infantis
apresentaram um melhor nível de conhecimentos sobre a
deteção e encaminhamento destas situações (p=0,036). De
igual modo, os enfermeiros que tiveram experiência de
atendimento de crianças vítimas de maus-tratos também
apresentaram melhores conhecimentos (p=0,003).
Conclusão: Embora os enfermeiros de cuidados de
saúde primários se sintam capazes de encaminhar situações de
maus-tratos infantis, referem sentir falta de formação na área
dos maus-tratos e também na comunicação/relacionamentos
interpessoais, sobretudo na forma de abordagem destes
problemas com a criança/família. Sugerimos um maior
investimento na formação destes profissionais na área dos
maus-tratos infantis.
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Citas
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