Ideação Suicida em Estudantes do Ensino Superior Politécnico: Influência de Algumas Variáveis Sociodemográficas, Académicas e Comportamentais

Autores/as

  • Amadeu Gonçalves
  • Carlos Sequeira
  • João Duarte
  • Paula Freitas

Palabras clave:

ideação suicida, estudantes do ensino superior politécnico, fatores associados, prevalência

Resumen

Introdução: Este artigo procede à divulgação de alguns
resultados obtidos, a partir de um estudo mais alargado,
desenvolvido no âmbito do doutoramento em Ciências de
Enfermagem, e nele se pretende avaliar a prevalência da ideação
suicida em estudantes do ensino superior politécnico e conhecer
quais os fatores, eventualmente associados, com o intuito de definir
o perfil de risco para a presença de elevada ideação suicida/risco
suicida.
Durante a frequência do ensino superior ocorrem
múltiplas mudanças na vida dos estudantes, pois trata-se de um
período marcado por um conjunto de transições desenvolvimentais 

e académicas que podem originar algumas crises situacionais e
problemas de saúde mental, tornando estes estudantes
potencialmente mais vulneráveis e com risco aumentado para os
comportamentos suicidários.
Os comportamentos suicidários constituem, atualmente,
um problema de saúde pública, sendo o suicídio a segunda causa de
morte na população jovem na maioria dos países europeus.
Objetivos: Determinar a prevalência da ideação suicida
nos estudantes do ensino superior politécnico e analisar a sua
relação com algumas variáveis sociodemográficas, académicas e
comportamentais.
Métodos: Estudo quantitativo, descritivo e correlacional,
realizado numa amostra do tipo não probabilístico intencional,
constituída por 1074 estudantes de uma instituição de ensino
superior da região centro de Portugal. A colheita de dados foi
efetuada através de uma plataforma online e teve por base um
questionário com questões relativas à caracterização
sociodemográfica e académica dos estudantes e um Questionário de
Ideação Suicida (QIS) de (Ferreira & Castela, 1999).
Resultados: A idade dos estudantes da amostra oscila
entre os 17 e os 49 ( = 23,9 anos ± 6,107 dp), a grande maioria
(64.7%) é do sexo feminino. Os resultados mostram que a
presença/gravidade de pensamentos suicidas é de ( = 13.84; ±
20.29 Dp) numa escala de 0 a 180 e ponto de corte > 41 para
valores sugestivos de potencial risco suicida, com base no qual
foram identificados 84 estudantes (7,8%). As variáveis que
produziram significância estatística com a ideação/risco de suicídio
nos estudantes foram: Sexo (feminino); Estado civil (solteiro);
Coabitação em tempo de aulas (viver sozinho); Desempenho
académico (reprovações); Comportamentos aditivos (consumo de
drogas e psicofármacos).
Conclusões: Embora a prevalência de ideação suicida
nos estudantes não seja elevada, encontramos na nossa amostra 84
estudantes (7,8%) com potencial risco de suicídio. Não poderemos
ficar indiferentes a esta problemática pelas suas repercussões
individuais, familiares e sociais. Todas as instituições de ensino
superior deveriam possuir gabinetes de apoio aos estudantes e
desenvolver programas de promoção da saúde mental e prevenção
do suicídio em meio académico.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

- Araújo, L.; Vieira, K., & Coutinho, M. (2010). Ideação suicida na adolescência: Um enfoque psicossociológico no

contexto do ensino médio. Psico-USF, 15(1), 47-57. doi: 10.1590/S1413-82712010000100006

- Baggio, L.; Palazzo, L. & Aerts, D. (2009). Planejamento suicida entre adolescentes escolares: Prevalência e

fatores associados. Cadernos de Saúde Pública, 25(1), 142-150. doi: 10.1590/ S0102-311X2009000100015

- Bertolote, J. & Fleischmann, A. (2009). A global perpective on the magnitude of suicide mortality. In D.

Wasserman & C. Wasserman (Eds.), Oxford textbook of suicidology and suicide prevention: A global

perspective, (pp. 91-98). New York, NY: Oxford University Press.

- Borges, V. R. & Werlang, B. S. G. (2006). Estudo de ideação suicida em adolescentes de 15 a 19 anos.

Estudos de Psicologia, 11(3), 345-351.

- DGS - Direção Geral de Saúde. (2013). Programa Nacional para a Saúde Mental - Plano Nacional de Prevenção do

Suicídio 2013/2017. Retirado de

<http://www.portaldasaude.pt/NR/rdonlyres/BCA196AB 74F4-472B-B21E-6386D4C7A9CB/0/i018789.pdf>.

- Ferreira, J. & Castela, M. (1999). Questionário de Ideação Suicida (Q.I.S.). In M. R. Simões, M. M. Gonçalves &

L. S. Almeida (Eds.). Testes e Provas Psicológicas em Portugal. Braga: APPORT/SHO; 2. Pp.123-130.

- Garlow, S. J., Rosenberg, J., Moore, D., Haas, A. P., Koestner, B. & Nemeroff, B. (2008). Depression, desperation,

and suicidal ideation in college students: Results from the American foundation for suicide prevention college

screening project at Memory University. Depression and Anxiety, 25(6), 482–488. doi: 10.1002/da.20321

- INE - Instituto Nacional de Estatística (2014). Risco de morrer 2012 – Destaque/Informação

à Comunicação Social, de 23 de maio de 2014 - Taxa de mortalidade por lesões

autoprovocadas intencionalmente e sequelas (suicídio). Retirado de

<http://www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jsp?look_parentBoui=217617586&att_display=n&att_download=

y>; Texto integral disponível em:

<http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOESpub_boui=216382393

&PUBLICACOESmodo=2>.

- Saraiva, C. (2006). Estudos sobre o para-suicídio: O que leva os jovens a espreitar a morte. Coimbra:

Redhorse – Indústria gráfica, Lda.

- Wasserman, C., Hoven, C. W., Wasserman, D., Carlim V., Sarchiapone, M., Al-Halabí, S. &

Poštuvan, V. (2012) Suicide prevention for youth – a mental health awareness program:

Lessons learned from the Saving and Empowering Young Lives in Europe (SEYLE)

intervention study. BMC Public Health, 12(776), 1-11. doi: 10.1186/1471-2458-12-776

- WHO - World Health Organization. (2012). Public health action for the prevention of s

Publicado

2016-02-01

Cómo citar

Gonçalves, A., Sequeira, C., Duarte, J., & Freitas, P. (2016). Ideação Suicida em Estudantes do Ensino Superior Politécnico: Influência de Algumas Variáveis Sociodemográficas, Académicas e Comportamentais. Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health, (47), 191‐203. Recuperado a partir de https://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/8119

Número

Sección

Artigos