Ideação Suicida em Estudantes do Ensino Superior Politécnico: Influência de Algumas Variáveis Sociodemográficas, Académicas e Comportamentais
Palabras clave:
ideação suicida, estudantes do ensino superior politécnico, fatores associados, prevalênciaResumen
Introdução: Este artigo procede à divulgação de alguns
resultados obtidos, a partir de um estudo mais alargado,
desenvolvido no âmbito do doutoramento em Ciências de
Enfermagem, e nele se pretende avaliar a prevalência da ideação
suicida em estudantes do ensino superior politécnico e conhecer
quais os fatores, eventualmente associados, com o intuito de definir
o perfil de risco para a presença de elevada ideação suicida/risco
suicida.
Durante a frequência do ensino superior ocorrem
múltiplas mudanças na vida dos estudantes, pois trata-se de um
período marcado por um conjunto de transições desenvolvimentais
e académicas que podem originar algumas crises situacionais e
problemas de saúde mental, tornando estes estudantes
potencialmente mais vulneráveis e com risco aumentado para os
comportamentos suicidários.
Os comportamentos suicidários constituem, atualmente,
um problema de saúde pública, sendo o suicídio a segunda causa de
morte na população jovem na maioria dos países europeus.
Objetivos: Determinar a prevalência da ideação suicida
nos estudantes do ensino superior politécnico e analisar a sua
relação com algumas variáveis sociodemográficas, académicas e
comportamentais.
Métodos: Estudo quantitativo, descritivo e correlacional,
realizado numa amostra do tipo não probabilístico intencional,
constituída por 1074 estudantes de uma instituição de ensino
superior da região centro de Portugal. A colheita de dados foi
efetuada através de uma plataforma online e teve por base um
questionário com questões relativas à caracterização
sociodemográfica e académica dos estudantes e um Questionário de
Ideação Suicida (QIS) de (Ferreira & Castela, 1999).
Resultados: A idade dos estudantes da amostra oscila
entre os 17 e os 49 ( = 23,9 anos ± 6,107 dp), a grande maioria
(64.7%) é do sexo feminino. Os resultados mostram que a
presença/gravidade de pensamentos suicidas é de ( = 13.84; ±
20.29 Dp) numa escala de 0 a 180 e ponto de corte > 41 para
valores sugestivos de potencial risco suicida, com base no qual
foram identificados 84 estudantes (7,8%). As variáveis que
produziram significância estatística com a ideação/risco de suicídio
nos estudantes foram: Sexo (feminino); Estado civil (solteiro);
Coabitação em tempo de aulas (viver sozinho); Desempenho
académico (reprovações); Comportamentos aditivos (consumo de
drogas e psicofármacos).
Conclusões: Embora a prevalência de ideação suicida
nos estudantes não seja elevada, encontramos na nossa amostra 84
estudantes (7,8%) com potencial risco de suicídio. Não poderemos
ficar indiferentes a esta problemática pelas suas repercussões
individuais, familiares e sociais. Todas as instituições de ensino
superior deveriam possuir gabinetes de apoio aos estudantes e
desenvolver programas de promoção da saúde mental e prevenção
do suicídio em meio académico.
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Citas
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