A abstinência e o consumo de álcool entre escolares: a influência das esferas pessoal, familiar e socio-cultural
Palavras-chave:
Álcool, Jovens, Família, Grupo de pertença, EscolaResumo
Introdução: Entre os jovens, o uso regular ou abusivo do álcool parece aliar-se a fatores individuais, em ambiente social. O consumo de bebidas alcoólicas, nas faixas etárias mais jovens, segundo o World Development Report, vai além dos 60%.
Objetivo: Este estudo pretendeu conhecer as influências pessoais, dos familiares, do grupo de pertença e do meio escolar, sobre os hábitos de abstinência e de consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens.
Métodos: Investigação de carácter qualitativo, com recurso a entrevistas compreensivas semiestruturadas, desenvolvido numa escola do distrito de Évora, Portugal. A amostra é constituída por 10 alunos do 8º ano de escolaridade, cinco não consumidores e cinco consumidores.
Resultados: A experimentação acontece entre os 12-14 anos de idade em consequência da curiosidade, motivação explícita ou tácita, para “dar estilo”, do ambiente, da diversão e da observação de comportamentos. Entre os efeitos da ingestão indicados como motivadores ao consumo destaca-se o atingir estados de alegria e boa disposição. Os familiares tendem a incentivar a ingestão moderada em ocasiões festivas. Os elementos do grupo de pertença tendem a motivar, de forma explícita, à ingestão, entre os alunos consumidores.
Conclusões: A ingestão de bebidas alcoólicas entre os jovens sofre as influências pessoal, familiar e do grupo de pertença. As iniciativas desenvolvidas na escola tendem a não surtir efeito.
Downloads
Referências
Andrews, J., Hampson, S., & Peterson, M. (2011). Early adolescent cognitions as predictors of heavy alcohol use in high school. Addictive Behaviours, 36, 448–455.
Araoz, G. (2004). Cultural considerations. In International Center for Alcohol Policie, What drives underage drinking? An international analysis (pp. 39-47). Washington, DC: International Center for Alcohol Policies. Retirado de http://www.icap.org/LinkClick.aspx?fileticket=u5U/st%2B6jt8%3D&tabid=108.
Balsa, C., Vital, C., Urbano, C., Barbio, L., & Pascueiro, L. (2008). Inquérito nacional ao consumo de substâncias psicoativas na população geral, Portugal 2007. Lisboa: Instituto da Droga e da Toxicodependência.
Bardin, L. (1994). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Barlow, D., Nock, M., & Hersen, M. (2009). Single-case experimental designs: Strategies for studying behavior change (3rd ed.). Boston, MA: Allyn & Bacon.
Bassey, M. (2002). Case study research. In Coleman, M., & Briggs, A. (Eds.), Research methods in educational leadership and management (pp. 108-121). London: Paul Chapman.
Bogdan, R., & Biklen, S. (2003). Qualitative research for education: An introduction to theory and methods (4th ed.). New York: Pearson Education.
Boné, M., & Bonito, J. (2012). Compreender o consumo e a abstinência de bebidas alcoólicas entre os alunos do 12º ano de escolaridade do concelho de Estremoz. In C. Albuquerque (Coord.). Comportamentos de saúde infanto-juvenis: perspetivas e realidades (pp. 45-55). Viseu: Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viseu.
Cabral, L. (2004). Alcoolismo juvenil. Millenium, 30, 172-186. Retirado de http://www.ipv.pt/millenium/millenium30/14.pdf.
Cabral, L. (2007). Consumo de bebidas alcoólicas em rituais praxes académicas (Tese de doutoramento, Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto). Recuperado em 2012, outubro 31, de http://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/7207/2/Doutoramento%20Lidia%20do%20Rosrio%20Cabral%20agosto2007.pdf.
Capaldi, D., Stoolmiller, M., Kim, H., & Yoerger, K. (2009). Growth in alcohol use in at-risk adolescent boys: Two-part random effects prediction models. Journal of Drug and Alcohol Dependence, 105, 109-117.
De Bruyne, P., Herman, J., & De Schoutheete, M. (1984). Dynamique de la recherche en sciences sociales. Vendôme: Presses Universitaires de France.
Dillon, P. (2010). Adolescentes, álcohol y drogas. Barcelona: Ediciones Medici.
Feijão, F. (2010). Epidemiologia do consumo de álcool entre os adolescentes escolarizados a nível nacional e nas diferentes regiões geográficas. Revista Toxicodependências, 16(1), 29-46.
Feijão, F. (2011). Inquérito nacional em meio escolar. Dependências, 8-21. Retirado de http://www.dependencias.pt/ficheiros/noticias/1352139829Dep_Outubro.pdf.
Feijão, F., Lavado, E., & Calado, V. (2011). Estudo sobre o consumo de álcool, tabaco e drogas: ECATD/2011. Retirado de http://www.idt.pt/PT/ComunicacaoSocial/ComunicadosImprensa/Documents/EC ATD_ESPAD_Portugal_16NovResultados.pdf.
Ferreira-Borges, C., & Filho, H. (2004). Alcoolismo e toxicodependência: Manual técnico 2. Lisboa: Climepsi Editores.
Freyssinet-Dominjon, J., & Wagner, A. (2006). Os estudantes e o álcool: Formas de beber na nova juventude estudantil. Coimbra: Quarteto.
Gordo, J., Beltrán, P., Lillo, R., Lourenzo, B., & Lourenzo, S. (2012). La perceptión del riesgo del consumo de drogas en los adolescentes de nuesto médio ambiente. Revista ROL de Enfermería, 35, 16-21.
Gaudet, E. (2006). Drogas e adolescência: Respostas às dúvidas dos pais. Lisboa: Climepsi Editores.
Heath, D. (2000). Drinking occasions: Comparative perspectives on alcohol and culture. Philadelphia: Brunner/Mazel.
Hibell, B. (2013). The 2012 ESPAD impact survey. Lisboa: European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addiction.
Hibell, B., Guttormsson, U., Ahlström, S., Balakireva, O., Bjarnason, T., Kokkevi, A. et al. (2009). The 2007 ESPAD report substance use among students in 35 european countries. Stockholm: The Swedish council for information on alcohol and other drugs (CAN) and the authors. http://www.espad.org/Uploads/ESPAD_reports/2007/The_2007_ESPAD_ReportFULL_091006.pdf.
IDT – Instituto da Droga e da Toxicodependência (2010). Substâncias: Álcool. Retirado de http://www.idt.pt/PT/Substancias/Alcool/Paginas/Historico.aspx.
Lalanda, P. (1998). Análise Social, XXXIII(148), 871-883.
Matos, M., Carvalhosa, S., Reis, C., & Dias, S. (2001). Os jovens portugueses e o álcool, 7, 1. Retirado de http://www.fmh.utl.pt/aventurasocial/pdf/alcool.pdf.
Matos, M., Simões, C., Camacho, I, Tomé, G., Ferreira, M., Ramiro, L. et al. (2012). A saúde dos adolescentes portugueses: relatório do estudo HBSC 2010. Lisboa: Edições FMH.
Muisener, P. (1994). Understanding and treating adolescent substance abuse. London: SAGE Publications.
Orlikowski, W. (1993). CASE tools as organizational change: investigating incremental and radical changes in systems development. Management Information Systems Quarterly, 17(3), 309-340.
Pinsky, I. (2009). Publicidade de bebidas alcoólicas e os jovens. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro.
Sieving, R., Perry, C., & Williams, C. (2000). Do friendships change behaviors, or do behaviors change friendships? Examining paths of influence in young adolescents’alcohol use. Journal of Adolescente Health, 26(1), 27-35.
Stake, R. (1994). Case studies. In Denzin, N. K., & Lincoln, Y. S. (eds.), Handbook of qualitative research (2nd ed.) (pp. 236-247). London: Sage Publications.
Steketee, M., Jonkman, H., Berten, H., & Vettenburg, N. (2013). Alcohol use among adolescents in Europe: Environmental research and preventive actions. Utrecht: Verwey-Jonker Institut. Retirado de http://www.verwey-jonker.nl/doc/participatie/2708_Alcohol-use-Among- Adolescents-in-Europe.pdf.
Swisher, J., & Hu, T. (1983). Alternatives to drug abuse: Some are some are not. National Institute on Drug Abuse: Research Monograph Series, 47, 141-153.
Trindade, I., & Correia, R. (1999). Adolescentes e álcool: Estudo do comportamento de consumo de álcool na adolescência.Análise Psicológica, 3(17), 591-598.
Vinagre, M., & Lima, M. (2006). Consumo de álcool, tabaco e droga em adolescentes: Experiências e julgamentos de risco. Psicologia, Saúde e Doenças, 7(1), 73-81.
Downloads
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Os autores que submetem propostas para esta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os artigos são publicados segundo a licença Licença Creative Commons (CC BY 4.0), conformando regime open-access, sem qualquer custo para o autor ou para o leitor;
b) Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, permitindo-se a partilha livre do trabalho, desde que seja corretamente atribuída a autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
d) Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publica
Documentos necessários à submissão
Template do artigo (formato editável)