Ajustes posturais precoces em jogadores de futebol com paralisia cerebral

Autores

  • Cláudia Isabel Cardoso Faculdade de Desporto, CIFI2D, Universidade do Porto, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.29352/mill0210.01.00241

Palavras-chave:

Paralisia Cerebral, Early Postural Adjustments, Controlo Postural, Futebol

Resumo

Introdução: As limitações funcionais associadas aos quadros de Paralisia Cerebral (PC) e a inatividade estão diretamente relacionadas com o défice de controlo postural, nomeadamente dos Early Postural Adjustments (EPAs). Por outro lado, alguns estudos comprovam que a estabilidade pode ser melhorada através da prática de exercício físico.

Objetivos: O presente estudo teve como objetivos avaliar qual a influência do exercício, designadamente do futebol, em atletas com PC e a relação entre os EPAs e a oscilação postural.

Métodos: O estudo incluiu 5 jovens adultos masculinos com PC, com idades entre os 18 e os 36 anos, jogadores de futebol, classes 7 e 8. Registou-se a atividade eletromiográfica (Delsys Trigno) e calculou-se o rácio da musculatura postural [solear (SO) e tibial anterior (TA)] prévia ao movimento de semi-passo, bem como a amplitude de deslocamento do centro de pressão (CoP), através das plataformas de força (Bertec), antes e após um intervalo de 4 meses. Comparou-se momentos utilizando o teste de Wilcoxon e efetuou-se o cálculo da correlação de Spearman entre a amplitude de CoP e o rácio.
Procedeu-se ao recrutamento dos participantes num primeiro período em que estavam sem qualquer atividade física e nos 4 meses seguintes passaram a fazer treinos regulares, com uma frequência trissemanal e com uma duração de 1h30min, sempre realizados com o mesmo treinador e no mesmo espaço físico de treino.

Resultados: Verificou-se uma diminuição estatisticamente significativa da amplitude anterior do CoP (-4.47cm; p=0.043) ao fim de 4 meses, tendo-se verificado uma correlação negativa entre essa amplitude e o rácio do TA/SO (r=-0.90; p=0.037). No sentido médio-lateral observou-se uma diminuição de amplitude do CoP mínima (-1.49; p=0.893) e não se observou uma correlação estatisticamente significativa (r=0.10; p=0.873).

Conclusões: A prática desportiva, mesmo em patologia, tem efeitos significativos na melhoria da oscilação postural, havendo um aumento da relação entre a atividade muscular e o controlo postural.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Beckung, E., et al. (1997). "Motor and sensory dysfunctions in children with mental retardation and epilepsy." Seizure 6(1): 43-50.

Colver, A., et al. (2014). "Cerebral palsy." Seminar 383: 1240–1249.

Correia, P. P., et al. (1993). Electromiografia: Fundamentação Fisiológica, Métodos de Recolha e Processamento, Aplicações Cinesiológicas, Lisboa: Edições FMH.

CPISRA (2014). "Rules & Regulations for CPISRA Sanctioned Tournaments and Amendments to the FIFA Laws of the Game." CPISRA 7-a-side Football Rules & Regulation n.d.

Keawutan, P., et al. (2014). "Systematic review of the relationship between habitual physical activity and motor capacity in children with cerebral palsy." Research in Developmental Disabilities 35(6): 1301-1309.

Lamontagne, A., Malouin, F., Richards, C. L., & Dumas, F. (2002). Mechanisms of disturbed motor control in ankle weakness during gait after stroke. Gait and Posture, 15(3), 244-255.

Mazzaro, N., Nielsen, J. F., Grey, M. J., & Sinkjaer, T. (2007). Decreased Contribution From Afferent Feedback to the Soleus Muscle During Walking in Patients With Spastic Stroke. Journal of Stroke and Cerebrovascular Diseases, 16(4), 135-144.

Mille, M.-L., et al. (2005). "Age-dependent differences in lateral balance recovery through protective stepping." Clinical Biomechanics 20: 607-616.

Pavone, V., et al. (2016). "Botulinum Toxin Treatment for Limb Spasticity in Childhood Cerebral Palsy." Frontiers in Phamacology 7(29): 1-6.

Silva, A., et al. (2012). "Ankle Dynamic in Stroke Patients: Agonist vs. Antagonist Muscle Relations." Somatosens Mot Res. 29(4): 111-116.

Sterzing, T., et al. (2016). "In-shoe plantar pressure distribution and lower extremity muscle activity patterns of backward compared to forward running on a treadmill." Gait and Posture 46: 135-141.

Tokuno, C. D., & Eng, J. J. (2006). Gait initiation is dependent on the function of the paretic trailing limb in individuals with stroke. Gait Posture, 24(4), 424-428.

Vuillermea, N., et al. (2002). "Postural sway under muscle vibration and muscle fatigue in humans." Neuroscience Letters 333: 131-135.

Downloads

Publicado

2019-09-30

Como Citar

Cardoso, C. I. (2019). Ajustes posturais precoces em jogadores de futebol com paralisia cerebral. Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health, 2(10), 13–19. https://doi.org/10.29352/mill0210.01.00241

Edição

Secção

Ciências da vida e da saúde