Ajustes posturais precoces em jogadores de futebol com paralisia cerebral
DOI:
https://doi.org/10.29352/mill0210.01.00241Palavras-chave:
Paralisia Cerebral, Early Postural Adjustments, Controlo Postural, FutebolResumo
Introdução: As limitações funcionais associadas aos quadros de Paralisia Cerebral (PC) e a inatividade estão diretamente relacionadas com o défice de controlo postural, nomeadamente dos Early Postural Adjustments (EPAs). Por outro lado, alguns estudos comprovam que a estabilidade pode ser melhorada através da prática de exercício físico.
Objetivos: O presente estudo teve como objetivos avaliar qual a influência do exercício, designadamente do futebol, em atletas com PC e a relação entre os EPAs e a oscilação postural.
Métodos: O estudo incluiu 5 jovens adultos masculinos com PC, com idades entre os 18 e os 36 anos, jogadores de futebol, classes 7 e 8. Registou-se a atividade eletromiográfica (Delsys Trigno) e calculou-se o rácio da musculatura postural [solear (SO) e tibial anterior (TA)] prévia ao movimento de semi-passo, bem como a amplitude de deslocamento do centro de pressão (CoP), através das plataformas de força (Bertec), antes e após um intervalo de 4 meses. Comparou-se momentos utilizando o teste de Wilcoxon e efetuou-se o cálculo da correlação de Spearman entre a amplitude de CoP e o rácio.
Procedeu-se ao recrutamento dos participantes num primeiro período em que estavam sem qualquer atividade física e nos 4 meses seguintes passaram a fazer treinos regulares, com uma frequência trissemanal e com uma duração de 1h30min, sempre realizados com o mesmo treinador e no mesmo espaço físico de treino.
Resultados: Verificou-se uma diminuição estatisticamente significativa da amplitude anterior do CoP (-4.47cm; p=0.043) ao fim de 4 meses, tendo-se verificado uma correlação negativa entre essa amplitude e o rácio do TA/SO (r=-0.90; p=0.037). No sentido médio-lateral observou-se uma diminuição de amplitude do CoP mínima (-1.49; p=0.893) e não se observou uma correlação estatisticamente significativa (r=0.10; p=0.873).
Conclusões: A prática desportiva, mesmo em patologia, tem efeitos significativos na melhoria da oscilação postural, havendo um aumento da relação entre a atividade muscular e o controlo postural.
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