Gestão da dor em pediatria

contributos para a qualidade dos cuidados de enfermagem

Autores

  • Soraia Correia Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Serviço de Pediatria, Viseu, Portugal
  • Graça Aparício Instituto Politécnico de Viseu, Escola Superior de Saúde, UNICISA:E, Viseu, Portugal
  • Luís Condeço Instituto Politécnico de Viseu, Escola Superior de Saúde, Viseu, Portugal | Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde, Porto, Portugal
  • Maria Patrocínio Martins Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Serviço de Pediatria, Viseu, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.29352/mill0205e.19.00309

Palavras-chave:

gestão da dor, gestão da dor, enfermagem, enfermagem, avaliação, avaliação, criança, criança, hospitalização, hospitalização, qualidade, qualidade

Resumo

Introdução: A adequada gestão da dor na criança constitui um indicador de qualidade dos cuidados de saúde pelo que uma prática suportada em recomendações assentes em evidencias é hoje mandatória 

Objetivos: Identificar critérios/standards para práticas de qualidade na prestação de cuidados de enfermagem à criança na gestão da dor. 

Métodos: Revisão Sistemática da Literatura (RSL), com base nas orientações do Manual Cochrane 5.1.0 de Higgins & Green (2011). Pesquisaram-se estudos nas bases de dados: Medline, Cochrane, Scielo, B-on, Lilacs, Uptodate, American Academy of Pediatrics, Proquest, World Health Organization, PubMed, nos idiomas português e inglês, publicados após 2013. Dos 726 estudos selecionados, 11 foram sujeitos ao teste de relevância II e avaliação crítica da qualidade metodológica por dois investigadores independentes, sendo selecionados e incluídos na RSL 4 estudos. 

Resultados: Identificaram-se as seguintes recomendações: abordagem multidisciplinar da dor efetuando-se a sua avaliação sistemática; intervir até que a criança não apresente dor, recorrendo a medidas farmacológicas e não farmacológicas; uso de lidocaína tópica em procedimentos invasivos; ajustar o algoritmo das escalas de avaliação da dor; considerar outros fatores, como idioma, etnia e fatores culturais que possam influenciar a expressão e avaliação da dor; fornecer aos pais/cuidador informações escritas sobre aconselhamento e avaliação da dor na alta da criança; obter o auto-relato das crianças sempre que possível; a formação contínua e sistemática dos enfermeiros tem impacto na valorização da dor e administração de analgésicos. 

Conclusões: As recomendações obtidas definem uma linha orientadora na gestão da dor em pediatria e contribuem para implementação de práticas de excelência e melhoria da qualidade das intervenções em enfermagem/saúde. 

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Publicado

2020-06-23

Como Citar

Correia, S., Aparício, G., Condeço, L., & Martins, M. P. (2020). Gestão da dor em pediatria: contributos para a qualidade dos cuidados de enfermagem. Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health, 2(5e), 185–193. https://doi.org/10.29352/mill0205e.19.00309

Edição

Secção

Ciências da vida e da saúde