Protocolos de atuação na abordagem ao doente com sépsis em contexto de urgência
uma revisão sistemática com meta-análise
DOI:
https://doi.org/10.29352/mill029e.25020Palavras-chave:
sepse, choque séptico, antibioticoprofilaxia, mortalidade, protocolos clínicosResumo
Introdução: A sépsis constitui um grande problema de saúde afetando milhões de pessoas anualmente sendo emergente a sua identificação precoce e o tratamento apropriado nas primeiras horas. A implementação de protocolos de atuação pode melhorar os resultados, contudo este é ainda um assunto em debate.
Objetivo: Descrever o impacto da utilização de protocolos de atuação em serviços de urgência na abordagem ao doente com sépsis em relação à redução do tempo até à toma do primeiro antibiótico e mortalidade.
Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática com meta-análise segundo a metodologia proposta pela Joanna Briggs Institute. Dois revisores independentes realizam a avaliação crítica, extração e síntese dos dados.
Resultados: Foram incluídos sete estudos. Os resultados da meta-análise mostraram não existir diferenças na taxa mortalidade (todo o tempo hospitalar) (RR=0,84, IC95%=0,63-1,14, p=0,27). Contudo, para a mortalidade a 30 dias existem diferenças significativas que favorecem o grupo que utilizou protocolos na abordagem ao doente com sépsis (RR=0,80, IC95%=0,68-0,95, p=0,01) e uma redução do tempo para antibióticos (MD=-41,83, IC95%=-77,89– -5,77, p=0,02).
Conclusão: Os protocolos de atuação em serviços de urgência na abordagem ao doente com sépsis reduzem a mortalidade e o tempo até à toma do primeiro antibiótico. Nesse sentido, a sua implicação impõe-se como essencial para melhoria dos resultados em saúde.
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