Automedicação em Jovens e Adultos da Região Centro de Portugal
Palavras-chave:
automedicação, jovem, adulto, epidemiologiaResumo
Introdução: A automedicação é uma prática
frequente e, atualmente é um fenómeno em desenvolvimento
crescente. Os objetivos deste estudo foram estimar a
prevalência da automedicação em jovens e adultos da região
centro de Portugal, caracterizar a prática de automedicação e
identificar fatores associados à automedicação.
Métodos: Realizámos um estudo analítico e
transversal. A colheita de dados foi efetuada com recurso a um
questionário, autoaplicado e respondido online, a indivíduos
residentes na região centro de Portugal com idades ≥ 16 anos.
A amostra ficou constituída por 182 indivíduos, com uma
média de idades de 33,88±12,62 anos, sendo a maioria do
género feminino (66,5%). As prevalências foram expressas em
percentagens. Para comparação de proporções utilizou-se o
teste qui quadrado e a magnitude de associação entre um fator
e a condição foi estimada através do cálculo do odds ratios,
com os respetivos intervalos de confiança a 95%.
Resultados: Verificámos que a prevalência de
automedicação ao longo da vida foi de 85,7%, e, nos últimos 6
meses, de 85,9%. A maioria da amostra (50,3%) referiu que
pratica automedicação por iniciativa própria, sendo os
medicamentos mais utilizados os analgésicos (78,8%) e os
anti-inflamatórios (54,5%), salientando que 7,1% dos
indivíduos referiu que se automedica com antibióticos. O local
de aquisição mais frequente dos medicamentos foi a farmácia
(82,5%) e, grande parte dos indivíduos (92,3%), afirma ter
conhecimento dos riscos dos medicamentos. A prática da
automedicação associou-se com a idade (≤ 25 anos OR=1,28;
IC95% 1,16-1,41) e com o agregado familiar com filhos
(OR=4,77; IC95% 1,94-11,71).
Conclusão: Concluímos que a automedicação é uma
prática muito frequente entre os jovens e adultos da região
centro de Portugal, associando-se a idades mais jovens e aos
agregados familiares com filhos.
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