Motivação para o Aleitamento Materno: Variáveis Intervenientes
Resumo
Enquadramento: A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza o aleitamento Materno (AM) exclusivo até aos 6 meses e, a partir desta idade, a introdução oportuna de alimentos complementares adequados e seguros em termos nutricionais, enquanto se continua a amamentar durante um período de dois anos ou mais que, no puerpério, o estado emocional da mãe e outras condições psicológicas, incluindo a própria personalidade pode levá-la a desistir do aleitamento materno, e/ou a sentir-se pouco motivada para amamentar.
Objectivos: Assim, o objectivo do nosso estudo é analisar a relação entre os traços de personalidade e a motivação para o AM nas puérperas
Metodo: O estudo realizado é de natureza quantitativa, não experimental, transversal e descritivo. Foi aplicado um questionário a 144 puérperas, no dia da alta médica (após 48horas), constituído pela caracterização sócio – demográfica e obstétrica, e por duas escalas, a Escala de Motivação para Amamentação (EMA) de Nelas, Ferreira e Duarte. (2008), para avaliar a motivação para a amamentar e a Escala de Avaliação de Sintomas (SCL-90) de Degoratis (1977), para avaliar os traços de personalidade materna.
Resultados: Os resultados sugerem que são as mulheres mais velhas (70,8%), com maior grau de escolaridade (50%) e que já tiveram experiências anteriores agradáveis (61,8%), que se encontram mais motivadas para o aleitamento materno (AM). Relativamente à nossa variável independente, a hostilidade é o traço de personalidade materna que possui maior valor preditor na
dimensão cognitiva (0,063), psicossocial (0,184) e motivação
total (0,088); na dimensão fisiológica é a somatização (0,115).
Conclusão: Este estudo sugere-nos que o traço de
personalidade que influencia a motivação para o AM foi a hostilidade
com valores preditores superiores.
Downloads
Referências
• Aguilar, Cordero. M. J. (2005). Lactância Materna. Madrid; Elsevier, XI-XVI, 2005.
• Akman C. (2007). Postpartum-onset Obsessive-Compulsive disorder. The Journal of Clinical Psychitry. Vol. 68, n.º 1, pág. 132-138.
• Albuquerque, R. M. A.A. (2000). Aleitamento Materno: Um acto ecológico. In Rego, J. D., Aleitamento Materno. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte: Atheneu, 313-20.
• Allport, G.W. (1966). Personalidade padrões e desenvolvimento. Herder. Editora da Universidade de São Paulo: São Paulo.
• Applebaum, R. M. (1975). Preparação para o aleitamento materno: técnicas que contribuem para o seu sucesso. Lisboa, Serviço de educação Sanitária da Direcção Geral de saúde.
• Araújo, M. F. M. (2000). Situação e perspectivas do aleitamento materno no Brasil. In Carvalho M.R. e Tamez R. N. Amamentação, base Cientifica para a pratica profissional. Rio de Janeiro Guanabara Koogaqn, 1-10.
• Bakker, F. C.; Whiting, H. T. A. & Brug, H. V. (1993). Psicologia del Deporte. Conceptos y aplicaciones. Madrid: Morata.
• Bischof, L. S. (1977). Interpretación de las teorias de la Personalidade. Enfoque de poder explicativo y capacidade preditiva. México: Trillas.
• Bobak, Irene; Lowdermilk, Deitra L.; Jensen, Margarete D. (1999). Enfermagem na maternidade. 4ª Edição. Loures: Luso-Ciência.
• Botelho, Teresa Morais; Leal Isabel Pereira (2001). Personalidade Materna e Prematuridade. Lisboa, Colecção Livros, n.º18.
• Caldeira, Teresa; Moreira, Paula; Pinto, Elvira (2007). Aleitamento Materno: estudo dos factores relacionados com o seu abandono. Revista Portuguesa de Clínica Gera, 23: 685-99.
• Cardoso, L. (2006). Aleitamento materno: Uma prática de educação para a saúde no âmbito da Enfermagem Obstétrica. Tese de Mestrado apresentada à Universidade do Minho.
• Carvalho, M. R. (2005). Amamentar es un acto ecológico. In M.J. Aguilero Cordero, Lactância Materna. Madrid: Elsevier 555-61.
• Cattell, R. B. (1975). Análise científica da personalidade. São Paulo: IBRASA.
• Chiavenato, Idalberto (2000). Introdução à teoria Geral da Administração. (6ª Edição). Madrid: Elsevier.
• Chiavenato, Idalberto (2000). Recursos Humanos. (6ª Edição). São Paulo, Editora Altas.
• Cloninger, S. C. (1999). Teorias de Personalidade. São Paulo: Martins Fontes.
• Degoratis, L. R. (1977). Simptom Check List. Zurich.
• Dixe, M. A. (1995). As atitudes dos enfermeiros perante doentes em situação problemática. Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade de Badajoz, Espanha.
• Eysenck, H. J. (1971). Raça, Inteligência e Educação. Rio de Janeiro: Eldorado Tijuca. Tradução Cílio Rosa Ziviani.
• Franco, Selma C. et. al. (2008). Aleitamento Materno exclusivo em lactentes atendidos na rede pública do município de Joinville, Santa Catarina,Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, vol.8, n.º 3 Recife Julho/Setembro.
• Ferguson, D. M. (1998). Breast-feeding and later cognitive development and academia out-comes. Abstracts Pediatric, 101 (1).
• Galvão, Dulce (2006). Amamentação bem sucedida. Lisboa: Lusodidata.
• Issler, H. (1983). Aleitamento Materno: Ansiedade vs Lactação. Pediatria, 18, (5), São Paulo, 98-99.
• Kendall-Tackett, K. A. (2005). Depression in New Mothers. Binhamton, NY: Haworth.
• Lana, Adolfo (2001) O Livro de estimulo à amamentação: uma visão biológica, fisiológica, psicológica e comportamental da amamentação. Editora Atheneu, São Paulo.
• Leal, Isabel; Rebelo, Ana (2007). Factores de personalidade e comportamento alimentar em mulheres portuguesas com obesidade mórbida: Estudo exploratório. in. Análise Psicológica, 3 (XXV): p. 467-477.
• Leyes, Jacques-Philippe (1985). Teorias da Personalidade na dinâmica social. Lisboa: Verbo.
• Levy, Leonor; Bértolo, Helena (2008). Manual de aleitamento materno. Comité Português para a UNICEF/Comissão Nacional Iniciativa Hospital Amigo dos Bebés. Edição Revista.
• Lothrop, H. (2000). Tudo sobre a amamentação: O livro da amamentação. Lisboa: Ed. Paz.
• Maldonado, Maria Tereza Pereira (1985). Psicologia da gravidez: parto e puerpério. (7ª Edição). Petrópolis: Vozes.
• Mannel, Rebecca et al. (2008). Manual Prático para Consultores de Lactação. Loures: Lusociência.
• Nelas, Paula Alexandra; Ferreira, Manuela, Duarte, João Carvalho (2008). Motivação para a amamentação: construção de um instrumento de medida. In Revista Referência, IIª série, n.º 6, (Jun. 2008): 39-56.
• Neto, Edson T. dos Santos (2007). Factores associados ao tempo de aleitamento materno em corte dos primeiros anos de vida. [em linha] www.portais.ufes.br (Consultado a 15 Setembro de 2010).
• Norathrup, C. (2004). Corpo de mulher, sabedoria de mulher. (3ª Edição). Porto: Sinais de Fogo, 2004.
• Oliveira, Sílvio Luiz de (1998). Tratado de metodologia científica. São Paulo: Pioneira.
• Ribeiro, J. (1998). Psicologia e saúde. Lisboa: ISPA.
• Rodrigues, Vítor Amorim; Gonçalves, Luísa (2004). Patologia da Personalidade – Teoria clínica e terapêutica. (2ª Edição). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
• Rodrigues, Custódio (1998). Conceito de motivação. In: Rodrigues, Custódio, Manual de psicologia: motivação. Porto: Contraponto Edições, pp. 113 – 138.
• Santos, N. T. Azevedo; J. M., Guerra, A. J. et al. (1998). Amamentação no 1º ano de vida. Estudo retrospectivo de uma população infantil dos 0 aos 59 meses de idade. Arquivos de Medicina, 2, pp. 56-61.
• Sarafana, Sofia et. al. (2006). Aleitamento Materno. Acta Pediátrica Portuguesa, 1 (37). Sociedade Portuguesa de Pediatria, Almada, pp. 9-14.
• Ucha, F. G. (2002). Resultados del Inventário de Personalidade de Eysenck e indicadores de la actividade deportiva. EFDeportes.com, Revista Digital. Ano 8 n.º. 44 (Enero, 2002). Buenos Aires.
• Vetergaard, M. et al. (1999). Duration of breastfeeding and developmental milestone during the latter half of infancy. Acta Pediatrica, 88, pp. 1327-32.
• Venâncio, Sónia I. et. al. (2002). Frequência e determinantes do Aleitamento Materno em municípios do Estado de São Paulo. Revista de Saúde Pública, vol. 36, n.º 3, São Paulo, (Junho 2002).
• Wagner, Carol L.; Wagner, Mark T.; Ebeling, Myler; Chatman, G. Katreia; Cohen, Milicent; Hulsey, C. Thomas (2006). The role of personality and other factors in a mother`s decision to initiate breasthfeeding. Journal of Human Lactation, 22 (1), pp.16 – 26.
• Ziegel, Erna E.; Cranley, Mecas S. (1985). Enfermagem obstétrica. 8ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Os autores que submetem propostas para esta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os artigos são publicados segundo a licença Licença Creative Commons (CC BY 4.0), conformando regime open-access, sem qualquer custo para o autor ou para o leitor;
b) Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, permitindo-se a partilha livre do trabalho, desde que seja corretamente atribuída a autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
d) Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publica
Documentos necessários à submissão
Template do artigo (formato editável)
