O comportamento do consumidor e a rotulagem: revisão narrativa da literatura
DOI:
https://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32468Palavras-chave:
Consumidor, Rotulagem, ComportamentoResumo
Introdução: Os regimes alimentares pouco saudáveis e a obesidade são uma das principais causas de morte no mundo, sendo um dos principais fatores que contribuem para o aumento da obesidade o ambiente alimentar, com uma disponibilidade, acessibilidade, preço e comercialização cada vez maiores de alimentos ricos em gorduras saturadas, gordura trans, açúcares ou sal e, geralmente, altamente processados. A Organização Mundial da Saúde defende o uso de esquemas de rotulagem nutricional e o fornecimento de informações nutricionais, como estratégias fundamentais para melhorar as escolhas alimentares, sendo a rotulagem uma ferramenta fundamental no acesso dos consumidores à informação sobre os géneros alimentícios, permitindo-lhes realizar escolhas mais conscientes e informadas e efetuar uma seleção mais segura e adequada.
Objetivo: A presente revisão bibliográfica tem como objetivo compilar a informação disponível na literatura científica sobre o impacto da rotulagem dos produtos alimentares no comportamento dos consumidores.
Metodologia: A presente revisão foi elaborada com base numa pesquisa efetuada na base de dados PUBMED. As palavras-chave utilizadas na pesquisa bibliográfica foram: "consumer" AND "behavior" AND "labelling".
Resultados: O comportamento dos consumidores face à rotulagem é influenciado por características pessoais, como a idade, as habilitações académicas, as circunstâncias económicas e o estilo de vida. No entanto, existem atributos extrínsecos (nomeadamente, o preço, a embalagem e a marca) e intrínsecos (nomeadamente, as características organoléticas e a informação nutricional) que podem igualmente exercer influência na motivação em adquirir um determinado produto. Há fortes evidências de que os rótulos interpretativos (ou seja, aqueles que fornecem informações sobre os alimentos, utilizando símbolos e/ou cores significativos) têm melhor desempenho do que os rótulos não interpretativos. Os rótulos que identificam produtos não saudáveis e por isso têm potencial para direcionar os consumidores para determinados alimentos (por exemplo, usando um logotipo de sinal de pare, cores significativas que sinalizam 'pare' ou uma classificação baixa) são também eficazes na alteração do comportamento dos consumidores.
Conclusões: O desenvolvimento de um esquema de rotulagem nutricional é claramente mais benéfico para ajudar o consumidor a escolher produtos alimentares mais saudáveis e com uma composição nutricional mais adequada e equilibrada. É importante a realização de campanhas de educação junto da população, de forma a esclarecer dúvidas e a ensinar os consumidores a interpretar e utilizar a rotulagem, para que desta forma consigam fazer escolhas mais assertivas e saudáveis.
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