Impacto da ervilha (Pisum sativum L.) na sucessão de culturas com o milho (Zea mays L.)
DOI:
https://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32551Palavras-chave:
Crescimento, Pisum sativum L, Precedente cultural, Restituições de nutrientesResumo
No âmbito do projeto Pegada 4.0 foi instalado um campo experimental na herdade dos Boicilhos, Coruche, no ano de 2023. O projeto Pegada 4.0, entre outros objetivos, pretende avaliar a pegada da poluição difusa, nomeadamente a causada pela lixiviação do azoto no solo, contaminando as toalhas freáticas e, ou, os cursos de água através do escorrimento superficial. A cultura do milho é a principal cultura arvense em Portugal. Tratando-se de uma cultura com metabolismo fotossintético em C4, o milho utiliza de uma forma eficiente a radiação, bem como a água. No entanto, esta cultura é muito exigente em azoto, tornando-se este um dos principais fatores limitantes da produção. O aumento da eficiência da utilização do N terá de ser encarado numa abordagem sistémica, que envolva uma avaliação plurianual, considerando as culturas praticadas numa sucessão cultural ou rotação. A inclusão das leguminosas no sistema permitirá aportar maiores quantidades deste nutriente na forma orgânica de uma forma sustentável. O campo experimental foi instalado numa parcela normal de cultivo com a área de 2,5ha, no dia 1 de fevereiro, com a variedade “Vada”. O solo apresenta textura arenosa-franca (83,3% de areia; 12,0 limo; 4,3% de limo) 7,5 mg/kg de N na forma nítrica e 0,08% de N total. Na parcela de cultivo, foram marcadas, aleatoriamente, 4 sub-parcelas com a área de 324m2 (18mx18m). Estas sub-parcelas funcionam como testemunha, na medida em que não foram semeadas com ervilha. Foram avaliados o desenvolvimento e o crescimento, através da colheita de 12 plantas, realizada aos 36, 43, 50, 57, 71, 78 e 85 dias após sementeira (DAS). Foram ainda determinados o peso seco total da cultura em 3 sub-parcelas de 1m2, tendo-se registado o número de plantas, o número de vagens, o peso verde e seco da planta, vagens inteiras e, posteriormente, casca e grão. Foram analisados os nutrientes na MS e estimados as restituições e as exportações dos nutrientes (N, P, K, Ca, Mg). A população produtiva foi estimada em cerca de 66,7 plts/m2±6,5plts/m2 e o número de vagens em 357/m2±31,3/m2. A produção total de MS foi 4159 kg/ha, sendo repartida em 44,7% de palha, 18,7% de cascas e 36,7% de grão. No total as vagens (grão e casca) representaram 55,3% do peso seco total da cultura. O grão apresentou em média 39,1g N/kg MS, as cascas 25,7 g N/kg MS e a palha (caules e folhas) 27,8 g N/kg MS. Considerando a MS dos componentes da cultura e os teores médios de nutrientes, estimou-se que a cultura restitui cerca de 71,6 kg/ha de N ao solo e exporta, na forma de grão, um total de 59,7 kg/ha.
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