Bernardo Mançano Fernandes e o território como processo espacial de construção política.
As propostas sobre poder, escala e multiterritorialidade
DOI:
https://doi.org/10.18055/Finis20555Resumo
O território é um conceito de origem geográfica com mais de um século de história e desde há várias décadas tem ganho notória visibilidade nas Ciências Sociais da Europa, América do Norte e América Latina. Este conceito tem servido para explicar vários processos políticos, socioeconómicos e culturais, nos âmbitos urbanos e rurais contemporâneos. Dentro desse quadro conceptual, este artigo argumenta que, devido à sua configuração como uma construção baseada na fragmentação/apropriação espacial e com características específicas (soberania, totalidade, multidimensionalidade, multiescalaridade), a proposta de território do geógrafo brasileiro Bernardo Mançano Fernandes permite abordar processos políticos e socioeconómicos de gestão e controle de determinados espaços, no contexto de determinados agentes sociais e instituições estatais e económicas. Este trabalho tem duas contribuições principais: 1) por um lado, mostra que a proposta de Fernandes coloca no centro da sua análise as relações de poder desiguais entre diversos sujeitos sociais e em diversos níveis; 2) por outro lado, esta conceção de território tem uma compreensão ampla e multiescalar das relações de poder entre sujeitos sociais e instituições que constroem territórios. Isto permite uma leitura do território que não se limita apenas à abordagem preferencial do Estado-nação, mas também considera outros atores-chave (como os camponeses e os agronegócios).
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