Variabilidade climática e ações antrópicas como impulsionadores da atividade eólica durante o último milénio no Sudoeste da Europa.
Um caso de estudo da costa portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.18055/Finis21158Resumo
A construção de dunas e os movimentos de areia ao longo da costa europeia estão geralmente relacionados com a variabilidade climática e com a flutuação do nível do mar. A última fase da formação de dunas no sudoeste da Europa coincide com o período da Pequena Idade do Gelo (LIA), caracterizado por uma pronunciada variabilidade climática. Fontes históricas extraídas de arquivos referem ocorrências de invasão de areia ao longo da costa portuguesa. A areia invadiu muitos campos agrícolas e povoações, forçando os habitantes a mudarem-se para outros lugares. O artigo explora as relações temporais entre as ocorrências de invasão das areias dunares devido ao vento e o clima, como principal impulsionador para a migração das dunas costeiras. Foram utilizadas fontes históricas sobre eventos de deriva de areia como proxies documentais para inferir a variabilidade climática passada na costa portuguesa. Três escalas espaciais de variabilidade climática foram consideradas: i) a variabilidade climática global induzida pelos eventos abruptos frios ao longo do último milénio (LIA); ii) a variabilidade climática regional (de mesoescala – índice NAO); e iii) a variabilidade do clima local (eventos meteorológicos extremos). A interpretação paleoclimática indica que os movimentos de areia em Portugal estão relacionados com ambos os modos do índice NAO, proporcionando novos conhecimentos sobre a dinâmica das dunas costeiras, em resposta às condicionantes naturais. No entanto, a avaliação da atividade humana no litoral também nos permitiu compreender melhor a relação das populações locais com os seus ambientes, destacando que as ações antrópicas causaram um distúrbio adicional na dinâmica das dunas costeiras.
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