O valor económico da bicicleta à escala local:

estimativa dos potenciais impactos ambientais, energéticos e na saúde em Portugal

Autores

  • João Pedro Ferreira Institute of Food and Agricultural Sciences (IFAS), University of Florida, Gainesville, Florida, United States of America https://orcid.org/0000-0002-6726-7856
  • Catarina Isidoro Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, Universidade de Aveiro, Campus Universitário de Santiago https://orcid.org/0000-0003-4598-5870
  • Frederico Moura e Sá Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, Universidade de Aveiro, Campus Universitário de Santiago https://orcid.org/0000-0003-3660-2751
  • José Carlos Mota Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, Universidade de Aveiro, Campus Universitário de Santiago

DOI:

https://doi.org/10.18055/Finis25261

Resumo

A investigação sobre mobilidade urbana sustentável tem vindo a destacar o valor da bicicleta e os seus benefícios económicos, sociais e ambientais. No entanto, apesar do consenso quanto aos aspetos positivos, a mudança de paradigma que permita afirmar a bicicleta como meio de deslocação enfrenta desafios, principalmente em contextos onde é pouco utilizada. Em Portugal, segundo os Censos 2011, apenas 0,5% da população usa a bicicleta na sua mobilidade urbana diária. É neste contexto que o projeto BOOST desenvolveu um Roteiro para Cidades Principiantes que integra a estimativa do potencial valor económico da bicicleta, à escala local. Os resultados mostram que um aumento de cerca de 2% da quota modal da bicicleta em 10 anos, na globalidade dos municípios portugueses, pode corresponder a reduções de custos anuais superiores a 1,1 milhões de euros nas emissões de CO2, a quase 25 milhões de euros no consumo de combustível e a 500 mil euros na qualidade do ar. Quanto aos benefícios na saúde, a redução da mortalidade associada à atividade física e à redução da poluição atmosférica, representam um impacto económico positivo potencial superior a 140 milhões de euros em 10 anos para Portugal. Neste sentido, é possível concluir que padrões de deslocação mais sustentáveis e em que a bicicleta assuma uma posição de maior relevância terá um impacto económico substancial, pelo menos ao nível da saúde, da energia e ambiente.

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Publicado

2022-05-19

Como Citar

Ferreira, J. P., Isidoro, C., Moura e Sá, F., & Mota, J. C. (2022). O valor económico da bicicleta à escala local: : estimativa dos potenciais impactos ambientais, energéticos e na saúde em Portugal. Finisterra, 57(119), 87–107. https://doi.org/10.18055/Finis25261

Edição

Secção

Artigos