O declínio da cobertura de neve na Serra da Estrela:
aproveitamento de dados escassos para diagnóstico e cenários futuros
DOI:
https://doi.org/10.18055/Finis37506Resumo
Este estudo investiga a evolução da cobertura de neve na Serra da Estrela, a montanha mais elevada de Portugal continental, através da integração de dados observacionais da estação meteorológica das Penhas Douradas, imagens de deteção remota e resultados de modelos climáticos. Os resultados revelam uma redução acentuada no número de dias com cobertura de neve nas Penhas Douradas, passando de uma média de 53 dias na década de 1950 para 28 dias na década de 2010, o que corresponde a um decréscimo global de 5,4 dias por década. A taxa de declínio abrandou desde a década de 1980, uma vez que a altitude da estação ainda permite a ocorrência de neve em eventos frios, mas não a sua permanência. Para colmatar a escassez de dados observacionais nas cotas mais elevadas, integrámos diversas fontes – incluindo registos de menor altitude, imagens de satélite e projeções de modelos climáticos — de modo a reconstruir a dinâmica da cobertura de neve no Planalto da Torre desde o final do século XIX. A reconstrução aponta para uma redução do número de dias com neve de aproximadamente 170 para 120 dias nas últimas décadas. As projeções futuras, baseadas em diferentes cenários climáticos, indicam uma redução continuada e significativa da cobertura de neve, podendo esta desaparecer por completo até ao final do século em cenários de elevadas emissões. No cenário mais extremo, o Planalto da Torre poderá apresentar condições de cobertura de neve semelhantes às atualmente observadas a 900 metros de altitude.
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